Condenado a sete anos e 14 dias de prisão no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson concedeu entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (30), e defendeu a entrega dos cargos de ministros envolvidos em polêmicas e investigações no âmbito da Lava Jato, para evitar constrangimentos ao governo do presidente Michel temer (PMDB).
Segundo Jefferson, o senador Romero Jucá (PMDB) acertou ao entregar o cargo de ministro do Planejamento, em maio deste ano, após ser divulgada conversa em que Jucá teria sugerido um “pacto” para barrar a Operação Lava Jato ao falar com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Machado negocia acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República - que detém o áudio. “O Romero Jucá pediu pra sair, os outros que estão aparecendo devem poupar o governo.
Se os atos foram solitários, não podem agora pedir solidariedade ao governo.
Ainda mais deste governo que representa esperança, não podemos deixar esta marca negativa neste governo”, explicou.
LEIA MAIS: » ‘Cunha é o bandido que mais gosto’, diz Roberto Jefferson » “Ministério de Dilma era cheio de mulheres e era um desastre”, diz Roberto Jefferson O ex-deputado também comentou a situação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a 23 anos de prisão na Lava Jato e condenado pelo mensalão.
Jefferson disse não ter motivos para comemorar a prisão. “Vejo hoje com pena a situação do José Dirceu.
Estive na prisão e não é lugar de ser humano é lugar para feras.
Vi ele se humilhando pedindo a Moro para ir pra casa cuidar da criança, não desejo isso para ninguém”, ressaltou.
LULA Jefferson também falou que, na época do mensalão, não pensou que o então presidente Lula tivesse culpa. “Não diria a história do mensalão a Lula se soubesse que ele estava envolvido e quando disse a ele o que estava acontecendo na Câmara ele se mostrou surpreso com tudo que disse.
Mas agora sei que o ex-presidente Lula sabia da corrupção que envolvia o PT”, explicou Roberto Jefferson.