Após receber demandas de servidores comissionados da Câmara do Recife, alegando a supressão sem aviso prévio de gratificações da última folha de pagamento do Poder Legislativo Municipal do Recife, o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) solicitou informações ao vereador Vicente André Gomes (PSB), presidente da Casa Legislativa.
Segundo a demanda, os servidores foram surpreendidos, no final de outubro, ao verem que os salários depositados na conta-corrente estavam menores, sem gratificações habitualmente recebidas.
Alegam os comissionados que o corte foi feito sem aviso prévio, não teriam respaldo na lei e que a supressão tem causado muitos transtornos, pois tinham despesas pagas por desconto automático no banco, como empréstimos consignados e pensões alimentícias.
Nas reclamações ao MPCO, alguns afirmam que houve perda de quase metade do salário com o corte.
A única vereadora a abordar oficialmente o tema foi Isabella de Roldão (PDT), que cobrou explicações ao presidente da Casa, em sessão nesta terça-feira (25).
Vicente André Gomes disse que a responsabilidade pela questão era do vereador Augusto Carreras (PSB), primeiro-secretário do Poder e responsável pela folha de pagamento. »Procura-se Augusto Carreras para falar sobre corte de gratificações na Câmara do Recife Informações preliminares levadas ao MPCO pelos servidores, ainda não confirmadas, dão conta de um suposto “rombo” orçamentário de 3 a 4 milhões nas finanças do Legislativo.
A assessoria do MPCO disse que a Câmara terá dez dias para prestar as informações sobre a supressão das gratificações.
Segundo o órgão, com a resposta da Câmara, será feita uma análise preliminar dos fatos e a questão será submetida ao relator das contas da Câmara no Tribunal de Contas (TCE), conselheiro Ranilson Ramos.
Não é a primeira folha de pagamento de câmara que fica na mira dos órgãos de controle do Estado este ano.
Em 14 de outubro, a Polícia Civil deflagrou a Operação Caixa de Pandora, contra 19 vereadores de Jaboatão dos Guararapes, fazendo busca e apreensão nas residências dos parlamentares.
Segundo a Polícia, houve manipulação da folha de pagamento dos servidores comissionados, para inflar a remuneração dos mesmos.
Segundo a Operação, os vereadores ficavam com a maior parte da remuneração dos comissionados.