Após decretar a ilegalidade da greve da Polícia Civil de Pernambuco, a pedido do governo Paulo Câmara (PSB), na noite dessa quinta-feira (21), o desembargador Bartolomeu Bueno disse em entrevista à Rádio Jornal que polícia não deveria fazer greve. “São trabalhadores armados que também cuidam da segurança do povo, por isso deveriam utilizar de outros mecanismos de negociação”, ressaltou ele na manhã desta sexta (21).

LEIA TAMBÉM » Policiais civis não aceitam plano do governo Paulo Câmara e deflagram greve » SDS usará PMs para manter atendimento durante greve da Polícia Civil Para o desembargador, serviços como educação, saúde e segurança não devem paralisar suas atividades. “Não cabe a mim dizer qual mecanismo de negociação e reivindicação os servidores devem usar, mas tem que ser bom senso.

Entendo que essas categorias são essenciais e não deveriam parar”, ressaltou.

Bartolomeu Bueno ainda disse esperar que o governo do Estado “chegue num denominador comum com o sindicato que representa a categoria, o Sinpol.

Deflagrada essa tarde, em assembleia realizada em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, a paralisação estava prevista para as primeiras horas da sexta-feira (21).

O magistrado aplicou multa diária de R$ 100 mil caso o sindicato descumpra a determinação judicial. » Governo pede à Justiça para decretar ilegalidade da greve da Polícia Civil Questionado se a decretação de ilegalidade da greve é capaz de terminar o movimento paredista, Bartolomeu lembra que existe a multa, mas alfinetou o Estado por perdoar dividas. “Se eles não cumprirem, o sindicato terá que pagar ao Estado.

O grande problema é que muitas vezes o Estado, quando chega a um acordo, perdoa a dívida e a multa, isso termina perdendo o sentido da multa, que é impor onde mais dói”, critica.

A categoria ainda pode recorrer da decisão do desembargador.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o Sinpol afirmou que a mobilização está mantida apesar da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

A entidade tem uma reunião com o secretário de Administração, Milton Coelho, articulada pelo secretário de Defesa Social, Angelo Gioia, sobre a nova rodada de negociação com a gestão estadual.

PACTO O desembargador também opinou sobre o programa de segurança do estado. “O Pacto Pela Vida tem que ser reestruturado, renovado, houve uma fadiga.

O que ocorre é que o próprio pensador do pacto chegou a afirmar que o modelo estava esgotado.

Ele tem que ser repensado com as novas necessidades que estão a impor”, avalia.