Estadão Conteúdo - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contratou o advogado Marlus Arns, que atuou no acordo de delação premiada de empresários na Operação Lava Jato.

O peemedebista está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde a noite de quarta-feira (19).

Ao deixar a sede da Federal na capital paranaense nesta sexta-feira (20), após visitar o ex-deputado, o criminalista Marlus Arns afirmou que delação premiada “não foi tema de conversa”.

LEIA TAMBÉM » Cunha é excluído de grupo do PMDB no WhatsApp logo após ser preso » Lava Jato encontra ação de R$ 2,10 na conta de Eduardo Cunha » Patrimônio de Eduardo Cunha é 53 vezes maior que declarado, diz Lava Jato O escritório de Marlus Arns é uma das três bancas que atuam na defesa do ex-deputado.

Marlus Arns vai entrar com habeas corpus em favor de Eduardo Cunha no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que mantém jurisdição sobre a 1ª instância da Lava Jato, em Curitiba - todos os recursos e outras medidas contra atos do juiz federal Sérgio Moro são submetidos ao TRF4.

Marlus faz a defesa técnica de Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha.

A jornalista também é representada pelo criminalista Pierpaolo Bottini. » “Casos de Cunha e de Lula são de polícia, não mais de política”, diz Roberto Freire » Procuradoria vê lavagem em empréstimo de igreja evangélica à mulher de Cunha » Delação de Cunha pode entregar cerca de 100 deputados A mulher do peemedebista é acusada de lavagem de dinheiro.

Segundo denúncia do Ministério Público, Cláudia teria evadido cerca de US$ 1 milhão por meio de contas secretas no exterior abastecidas por seu marido com dinheiro da corrupção na Petrobras.

O advogado costurou os acordos de colaboração dos empreiteiros Dalton Avancini, Eduardo Leite e Paulo Augusto Santos, da Camargo Corrêa, e do empresário João Bernardi Filho, todos investigados na Lava Jato. » Após prisão de Cunha, Temer ordena ‘lei do silêncio’ no Planalto » PT comemora prisão de Cunha, mas aponta lado negativo » Advogado de Cunha diz que delação “não está no radar” Ainda no universo da Lava Jato, Marlus fez a defesa técnica de Ivan Vernon, ex-assessor parlamentar do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), de Valério Neves - ligado ao ex-senador Gim Argello (PTB-DF) -, e de João Cláudio Genu, ex-assessor do ex-deputado do PP José Janene (morto em 2010), apontado como o mentor do esquema de cartel e propinas na Petrobras.

Eduardo Cunha foi preso por ordem do juiz federal Sérgio Moro.

O magistrado acolheu os argumentos da força-tarefa da Procuradoria da República de que, em liberdade, o ex-deputado representa um “risco para a instrução do processo e para a ordem pública”.

O ex-deputado foi capturado preventivamente na garagem do prédio onde ele ocupava um apartamento funcional da Câmara na Asa Sul, em Brasília, por volta de 13h15 de quarta-feira.

Despacho de Moro sobre prisão de Eduardo Cunha from Jamildo Melo