Por Maurício Garcia, diretor regional do IBOPE Inteligência em Recife, especial para o Blog de Jamildo O IBOPE Inteligência divulgou, na última segunda-feira, a primeira pesquisa desse segundo turno no Recife.
Além do número frio de 54% das intenções de voto para Geraldo Júlio e 33% para João Paulo, temos outros cinco dados interessantíssimos quando olhamos o relatório por completo.
Primeiro “achado”: constância na opinião Essa simulação de segundo turno é realizada pelo IBOPE desde a pesquisa divulgada no dia 14 de setembro e se repetiu mais quatro vezes desde então.
Vejamos essa evolução abaixo: O dado que mais surpreende é a constância na opinião dos eleitores.
O candidato do PSB começa com 50% das preferências e hoje tem 54%, estatisticamente o mesmo número, considerando a margem de erro das pesquisas.
Já João Paulo tem exatamente os mesmos 33% de preferência que tinha no início da campanha.
Aliás, durante todas as pesquisas do IBOPE Inteligência no primeiro turno, os números de João Paulo sempre foram os mesmos, apenas oscilando dentro da margem de erro.
Segundo “achado”: expectativa de vitória de Geraldo Julio O segundo dado interessante é que o IBOPE também levantou a expectativa do eleitor recifense sobre quem será o próximo prefeito e, nessa questão, o prefeito Geraldo Júlio alcança 69% das citações.
Isso indica que uma parcela considerável de eleitores de João Paulo acredita na vitória do adversário Geraldo Julio.
Terceiro “achado”: Aumentou o interesse pela campanha O terceiro é que muito se disse antes das eleições que o momento que o país vivia afastava o eleitor da campanha e que cada vez mais as pessoas estavam distantes e desinteressadas da política.
Pode ser, mas essa conclusão precisa ser relativizada no tempo.
Vejam abaixo a evolução da pergunta de interesse pelas eleições municipais do Recife esse ano: Aqueles com “muito interesse” simplesmente dobraram de tamanho, passando de 16% para 32%.
Podemos afirmar que, atualmente, um em cada três eleitores do Recife está “muito interessado” pelas eleições.
Um dado pra lá de positivo.
Por outro lado, tínhamos o inverso no início da campanha: um em cada três estava sem “nenhum interesse” nas eleições.
Hoje esse número é de 22%.
Quarto “achado”: avaliação do atual prefeito A quarta novidade é que não foi só o interesse pelas eleições que mudou, mudou também (e muito!!) a opinião dos recifenses sobre a atual gestão.
Alguns podem argumentar que isso é lógico, porque o prefeito passou quase três meses falando bem de sua administração diariamente, pelo rádio e TV, mas acontece que todos os seus adversários fizeram o inverso.
Vejam a evolução: A administração do prefeito Geraldo Júlio, que no início da campanha dividia a opinião dos eleitores quanto a aprovação (46% a aprovavam e 46% a desaprovavam), hoje tem a aprovação de praticamente dois de cada três eleitores, alcançando 63% de aprovação.
Já o saldo (ótimo + bom)-(ruim + péssimo), que era de 1 ponto percentual negativo em 22 de agosto, hoje é de 26 pontos percentuais positivos!
Quinto “achado”: recifenses não têm identificação partidária Por fim, um dado novo coletado nessa primeira pesquisa do segundo turno e que chama muito a atenção é a preferência partidária dos recifenses.
O dado mais importante é que metade dos eleitores não tem identificação partidária, isso se somarmos os que assim se definem com os que não opinam.
Porém, outro dado que chama a atenção é que apesar do momento de crise do PT e do recuo que o partido teve em todo o país nas últimas eleições, ele continua sendo o preferido pelos eleitores da capital, sendo citado quase três vezes mais do que o segundo colocado.
Demograficamente, o único destaque é que entre os eleitores com renda familiar de até 1 salário mínimo, a preferência pelo Partido dos Trabalhadores chega a 27%, enquanto PSB e PSDB têm 5% cada de preferência.