O financiamento de campanhas e as perspectivas para as eleições 2018 são tratados pelo publicitário especializado em eleições Nelson Biondi no programa Ponto a ponto deste sábado (15), à 0h, na BandNewsTV, com apresentação da jornalista Mônica Bergamo e do sociólogo e cientista político Antonio Lavareda.

Em relação a um quadro futuro para as esquerdas o entrevistado acredita que o PT não consegue recuperar-se para as próximas eleições ou apontar um quadro capaz substancialmente de se posicionar até lá. “Não vejo nenhuma liderança que possa, em nível nacional, disputar como um candidato competitivo.

Hoje o que se desenha é o terno nas medidas de um cara sério, não envolvido com coisa alguma e que tenha alguma experiência”, exemplificou ao ressaltar que ainda vai rolar muita água sob a ponte da Lava Jato.

Na pauta do programa, serão abordados tópicos como financiamento público ou privado de campanhas, a quantidade de partidos políticos existentes, doações ilegais e punições para quem ultrapassar os limites impostos por Lei.

Considerado uma das maiores autoridades em marketing político no Brasil, Biondi traz na bagagem campanhas nas esferas municipal, estadual e federal para nomes como Geraldo Alckmin, José Serra, Beto Richa e Celso Pitta, além de atender governos em todo o país.

A entrevista foi amparada em análises de pesquisas do DataSenado realizadas por Antonio Lavareda, que revelam que, apesar do pouco interesse do brasileiro médio por política (apenas 28% declara ter um alto interesse no assunto), 46% dos entrevistados acreditam que as campanhas devam receber apenas dinheiro privado e ainda que os partidos devem ser proibidos de participar do pleito posterior caso exceda o limite de gastos ou receba doações ilegais.

Entre as principais mudanças apontadas por Biondi está o novo formato da campanha, que hoje conta com 10 minutos de campanha e 70 distribuídos ao longo da programação com comerciais. “Na época de Collor eram 45 minutos de propaganda.

O programa era mais voltado para o jornalismo.

Hoje é fundamental que o perfil seja publicitário, que sabe falar em 15 ou 30 segundos”, pondera Biondi, que aposta na força dos comerciais como determinantes no rumo das campanhas.

REDES SOCIAIS Outro ponto abordado trata da utilização de redes sociais.

Segundo Nelson Biondi, a Internet cresceu em termos de importância no pleito de 2016 e ele crê que ainda irá ganhar mais musculatura nas eleições de 2018. “As pessoas estão com o telefone na mão o dia inteiro e em todos os lugares”, vaticina, mas se revela ainda incrédulo quando ao poder das mídias sociais na arrecadação de fundos.

A única exceção à regra, poderia ser Marcelo Freixo e sua arrecadação que ultrapassou um milhão de Reais, provando ser um ponto fora da curva em um Brasil no qual apenas 0,16% dos eleitores realizaram algum tipo de doação.