Por Sílvio Costa, vice-líder da bancada de oposição na Câmara O Brasil precisa ter um parlamento mais voltado para o País, sem demagogos e mais responsável.
Estou na Câmara Federal há 10 anos e esse tempo de convívio me levou a uma conclusão lamentável.
Uma conclusão infeliz para o Brasil e que me deixa preocupado como cidadão e como político: estou convicto de que falta seriedade à maioria dos parlamentares da oposição e aos da base do governo da Câmara Federal.
A maioria é incapaz de defender hoje o que defendia ontem.
Muda na medida em que muda o governo.
Faço, porém, um registro ao PSOL.
Não concordo com muitas posições sectárias do PSOL, mas tenho respeito ao comportamento linear desse partido nas votações da Câmara Federal.
O que o PSOL defendia no governo da presidente Dilma continua defendendo no governo golpista de Michel Temer.
Naquilo em que o PSOL era contra, continua sendo contra.
Modéstia à parte, neste ponto sou igual ao PSOL.
Eu tive o privilégio de ser vice-líder do governo da presidente Dilma e lembro que participei de várias reuniões no Palácio do Alvorada, juntamente com todos os líderes.
E, naqueles encontros, o competente ex-ministro da Fazenda do nosso governo, Nelson Barbosa, já defendia o ajuste fiscal a longo prazo, exatamente o que propõe a PEC 241.
LEIA TAMBÉM » Ex-vice-líder de Dilma diz que prefeitos e governadores deveriam propor teto dos gastos » Veja como votaram os deputados pernambucanos em relação à PEC que limita gastos públicos » Vice-líder na Câmara diz que PSB não tem “compromisso incondicional” com governo Temer Lembro de uma reunião na qual o ministro dizia que aquele “pacote de bondades” do Congresso Nacional, refiro-me ao aumento para 14 categorias de servidores federais, não poderia ser aprovado por causa do impacto que geraria nas contas públicas .
Algo em torno de R$ 100 bilhões.
Pois bem, naquela ocasião a atual base do governo golpista votou a favor do “pacote de bondades” e a maioria da atual oposição votou contra.
Agora, na votação da PEC 241 - que proíbe o aumento real para o servidor público - deu-se o contrário.
A atual base governista votou contra o servidor e a atual oposição votou a favor.
O PSOL votou contra o ajuste fiscal nas duas vezes, e eu votei a favor.
Isto significa coerência.
Isto é importante em todas as decisões que tomamos na vida, sobretudo na política.
Portanto, mesmo não concordando com a maioria das posições do PSOL, em matéria de coerência nós somos iguais, não mudamos de posição para agradar plateia. » Entenda a PEC 241: Fonte: Agência Câmara - Fonte: Agência Câmara teto dos gastos2 - teto dos gastos3 - teto dos gastos4 - teto dos gastos5 - teto dos gastos6 - teto dos gastos7 -