O presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (11), em entrevista à rádio CBN, que a reforma da Previdência Social deve atingir os políticos.

A informação havia sido antecipada pelo jornal “O Globo”. “Ela [A REFORMA]deverá atingir a todos.

Essa coisa da aposentadoria de políticos já começou a ser esboçada e, evidentemente, vamos fazer equânime para atingir todos os setores.

E não vamos diferenciar mais os setores”, afirmou o presidente, ao ser questionado se a reforma iria incluir também o sistema de aposentadoria dos políticos, que hoje tem uma regra específica.

Temer lembrou que o governo quer criar uma regra única de aposentadoria no país, incluindo os setores público e privado. “Não vai haver mais distinção na previdência geral e a pública.

Nós temos de igualar isso e isso é um ponto já definido”, afirmou.

Hoje, deputados e senadores têm um regime especial de aposentadoria, que segue as regras dos servidores públicos.

Para receber o benefício integral, são exigidos 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.

Eles também podem ter aposentadoria proporcional, estipulada com base em 1/35 (um trinta e cinco avos) dos salários por ano de mandato.

Hoje, um senador pode se aposentar com oito anos no mandato se preencher os requisitos de 35 anos de contribuição previdenciária, no INSS ou em outro regime, e ter 60 anos.

O salário desses políticos é atualmente de R$ 33.763 enquanto o teto do INSS é de R$ 5.189,82.

Foto: Alessandro Dantas / PT no Senado No Senado, o senador Humberto Costa, de oposição, criticou o governo de Michel Temer (PMDB), por querer elevar a idade mínima exigida para o acesso ao benefício dos atuais 65 para 70 anos. “Em Pernambuco, a expectativa de vida é de 73 anos.

Em estados como Alagoas, Maranhão e Piauí a expectativa de vida é semelhante a idade mínima defendida por Temer para o início do pagamento do benefício: entre 70 e 71 anos".

O BPC assegura um recurso mensal de um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a 25% do salário mínimo. “São pessoas que passaram a vida na pobreza, muitas vezes em condições degradantes.

E o que o governo Temer quer?

Ver essas pessoas no final da sua vida sem condições, sem ter nenhuma forma de sustento, depois de uma vida sofrida.

Estamos falando de idosos que comandam famílias que não tem sequer 200 reais por mês para se sustentar, são pessoas com deficiência.

Temer diz que vai cortar gastos, equilibrar as contas, mas o que ele quer punir as pessoas mais pobres”, afirmou Humberto Costa.

Humberto Costa também aproveitou para fazer críticas ao aumento de gastos do governo Temer com publicidade. “O governo Temer lançou uma campanha sórdida nos principais jornais do País, com um discurso de ódio e que não se aplica à realidade.

Só com a editora Abril, Temer ampliou em 624% a verba de publicidade destinada a empresa.

Para saúde, educação, para os aposentados, Temer não tem dinheiro, mas para quem já tem dinheiro não falta”, questionou Humberto.

Uma breve visita ao passado recente mostra que o PT foi atropelado pela sua omissão.

Em um discurso no começo de fevereiro, dia 3, o líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), cobrou, em plenário, que a presidente Dilma Rousseff apresentasse uma agenda concreta para que o país pudesse sair da crise, ao contrário da mensagem lida por ela um dia anterior no Congresso Nacional. “A agenda apresentada ao Brasil é basicamente a agenda da reforma da Previdência Social, que até a própria liderança do seu partido na Câmara diz que não vai apoiar e o ministro Miguel Rossetto (do Trabalho e da Previdência Social) já afirmou que a mudança não é urgente”, resumiu o líder ao comentar o plano da presidente para tentar reverter “a mais grave crise política e econômica da nossa história recente”.

Bruno Araújo lembrou também que na mensagem presidencial ao Congresso em 2015, Dilma prometia enfrentar a questão do desemprego crescente no país. “O que aconteceu é que o Brasil perdeu 1,5 milhão de empregos com carteira assinada no ano passado. É o pior desempenho do emprego formal dos últimos 24 anos”, assinalou, na época.

Seria apenas por falta de gestão e pulso que Dilma não fez nada nas reformas?

Naqueme mesmo mês de 2016, sindicalistas cobraram crescimento, mas rechaçam mexer na Previdência Social.

Eles reclamavam de rumores de que o governo introduzirá na pauta o debate sobre a reforma da Previdência Social, que tem causado reações contrárias no sindicalismo.

O presidente licenciado do Sindicato Nacional dos Aposentados (Força Sindical), João Inocentini, disse à Agência Sindical que a criação da idade mínima, por exemplo, “é inaceitável”. “Isso não resolve o problema da Previdência, até porque já existe limite de idade para se aposentar - 65 anos para homens e 60 para mulheres.

Além disso, somente 21% das aposentadorias são atualmente por tempo de contribuição, que ocorrem principalmente na indústria”, afirma o dirigente.

Ele destacava que a entidade não é contra debater mudanças, mas condena a forma como a questão está sendo imposta. “O governo diz que a Previdência tem um rombo. É mentira.

Ela não é uma coisa isolada da assistência social, que é de responsabilidade do governo e tem fontes de recursos específicas pra isso”, observou então.

Naquela mesma semana, o diligente Humberto Costa levou senadores do PT ao ministro da Fazenda Em um encontro que acabou por volta das 23h da terça-feira 16, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, coordenou uma reunião da bancada do partido na Casa com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

Durante quase três horas, os senadores petistas questionaram o novo titular da pasta sobre os rumos da economia brasileira e ouviram do ministro uma explanação sobre seus planos para a recuperação do crescimento.

Na reunião, que contou com a presença de 12 parlamentares, Nelson Barbosa explicou que havia fortes dados demonstrando que o país “abriu o para-quedas” para estancar a crise e que a confiança em todos os setores aumentou.

De acordo com Humberto Costa, na época, o ministro acreditava que, até julho, os reflexos dos dados negativos estancarão e, já no segundo semestre, a economia dará sinais consistentes de recuperação.

No encontro, a reforma da previdência foi ‘outro item essencial’ ressaltado por Nelson Barbosa, segundo quem as mudanças das regras, com garantia dos direitos adquiridos, aumentará a confiança dos investidores internacionais no Brasil e saneará a seguridade social para as próximas décadas. palavras ao vento.

Não andou um milimetro Dai se imagina a dor de cotovelo de quem vê-la andar agora.