Por suposto recebimento de propina de empreiteiras das obras da Refinaria do Nordeste ou Refinaria Abreu e Lima, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB).
A denúncia acusa os empresários Aldo Guedes Álvaro, então presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, comprador do avião usado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB), de serem os operadores que viabilizaram o repasse da propina.
A denúncia é de que Fernando Bezerra Coelho recebeu pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa entre 2010 e 2011, quando era secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape do governo Eduardo Campos.
De acordo com o MPF, parte do dinheiro foi usado na campanha de reeleição do socialista, em 2010.
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O procurador-geral da República recomendou a reparação dos danos de R$ 41,5 milhões e afirmou que o crime de lavagem de dinheiro foi cometido 77 vezes. » Inquérito da PF teria confirmado propina para Fernando Bezerra » Defesa de FBC diz que elementos colhidos “demonstram que não houve prática ilícita” Fernando Bezerra Coelho é pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho.
Nesse domingo (2), ajudou a eleger outro filho, Miguel Coelho (PSB), para a Prefeitura de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, seu berço político. » Irmão de Eduardo Campos vai para o segundo turno com Lupércio em Olinda » Antônio Campos rompe silêncio: “Memória de Eduardo será absolvida” » Família Coelho retoma o comando de Petrolina ao eleger filho do senador Fernando Bezerra » João Paulo vai para o segundo turno com Geraldo Julio no Recife » Leia a denúncia na íntegra: Leia a denúncia de Rodrigo Janot contra Fernando Bezerra Coelho from Portal NE10 Foram verificados contratos de prestação de serviços superfaturados ou fictícios com as empresas Câmara & Vasconcelos e Contrutora Master, investigadas também na Operação Turbulência.
No âmbito dessa operação, a primeira empresa é acusada ainda de desviar milhões de reais das obras da Transposição do Rio São Francisco.
As investigações descobriram 17 operações sob o disfarce de doações eleitorais “oficiais”. » Acusados na Operação Turbulência deixam prisão e vão responder em liberdade » Operação Turbulência: desembargador suspende audiências de ação penal contra empresário » Turbulência: empresa de terraplenagem não tinha sequer um caminhão em seu nome » Operação Turbulência: um ano antes de ser preso pela PF, Carlos Lyra Filho já era investigado pela PF, após delação de Paulo Roberto Costa e Youssef Defesa de FBC A defesa de Fernando Bezerra Coelho afirmou inicialmente em nota que não teve acesso ao conteúdo da denúncia, depois, porém, enviou uma nova fazendo críticas sobre as acusações.
Leia a íntegra da nota: “A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), na pessoa de seu advogado, André Luís Callegari, esclarece, inicialmente, que, não tecerá qualquer comentário sobre o conteúdo da denúncia.
Verifica-se, contudo, que os termos citados na imprensa reforçam o que a defesa já vem esclarecendo: são imputações absolutamente descabidas, baseadas em ilações e sem qualquer rastro de prova.
Não houve qualquer recebimento de favores em troca de incentivos fiscais na construção da Refinaria do Nordeste ou Refinaria Abreu e Lima-RNEST.
Reitera-se que as delações que deram início às investigações não foram comprovadas, são contraditórias e absolutamente infundadas.
Por fim, o senador segue à disposição da Justiça, mantém sua confiança nas instituições democráticas e tem a certeza de que tais imputações serão rechaçadas ao longo da marcha processual.”