Por Luana Nova Especial para o Blog de Jamildo Um dos derrotados na eleição deste domingo foi o vereador e candidato à Prefeitura de Petrolina, Edinaldo Lima (PMDB).
No entanto, a derrota pesou, também, para o atual prefeito do município, Júlio Lóssio (PMDB), que o escolheu como candidato após afastar e fazer treinamento com alguns de seus “secretários considerados prefeituráveis”.
Pelo resultado das urnas, essa estratégia não deu muito certo.
O candidato acabou ficando na terceira colocação para prefeito, com 25,41% dos votos, mesmo carregado nas costas pelo padrinho - literalmente.
Em seus discursos de campanha eleitoral, o prefeiturável fazia discursos de continuidade da gestão de Lóssio.
Até esta eleição, o grupo do atual prefeito seguia acumulando vitórias na cidade, inclusive contra o aliado do ex-governador Eduardo Campos (PSB), quando este estava no auge da sua popularidade, em 2012.
Campos apoiava o deputado federal licenciado e atual ministro de Minas e Energia do governo Temer, Fernando Bezerra Filho, que também disputava os votos dos petrolinenses.
Já na cidade do Recife, Campos conseguiu levar o atual prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), do desconhecimento público ao cargo de chefe do Poder Executivo municipal, nas mesmas eleições.
Eleito pela primeira vez em 2008, Lóssio venceu as eleições para prefeito com um total de 73.252 votos válidos (59,54%).
Em 2012, se reelegeu com 64.929 (45,26%).
Apesar de ser o 5º município mais populoso de Pernambuco, Petrolina não dispõe de segundo turno por ter menos de 200 mil eleitores.
Rejeição interna Quando o prefeito escolheu o nome de Edinaldo Lima, ex-secretário de Habitação da sua gestão, para representar a chapa peemedebista, ele ainda teve o desafio de unir as alas do seu grupo que discordavam da nomeação.
O eleito No maior município pernambucano em extensão territorial, o deputado estadual e presidente do PSB municipal, Miguel Coelho, obteve êxito nas urnas neste domingo.
Filho do senador Fernando Bezerra Coelho, que foi prefeito do município por três mandatos, Miguel dividiu o partido local pois alguns socialistas consideravam sua candidatura como imposta por FBC (PSB).
Todavia, o candidato passou a contar com a aliança do PSDB após racha de 30 anos entre os grupos liderados pelo deputado federal Guilherme Coelho (PSDB) e FBC.
O parlamentar tucano, ex-vice de Lóssio, resolveu reatar os laços com a família e anunciou o apoio à candidatura de Miguel.
Os grupos estavam brigados desde 1986 quando uma parte da família decidiu ficar no PFL, com a redemocratização, enquanto FBC se aproximou da esquerda ao se aliar ao ex-governador Miguel Arraes, avô do também ex-governador Eduardo Campos, do PSB.
Vitória minimizada Após a derrota de Ednaldo Lima, o PMDB de Petrolina tentou minimizar a vitória de Miguel Coelho, que foi eleito prefeito do município com 38,80% dos votos.
O partido argumenta que a soma dos candidatos não eleitos chega a mais de 60%, mais do que Miguel.
Miguel Coelho (PSB) assume a Prefeitura a partir de janeiro de 2017, eleito com 38,8% dos votos válidos.
Os outros 61,2% dos votos foram distribuídos entre os candidatos Odacy Amorim (PT) com 25.41%, Edinaldo Lima (PMDB) com 21,49%, Adalberto Cavalcanti (PTB) com 13,24% e Perpetua Rodrigues (PSOL) com 1,06% dos votos. “Petrolina teve uma configuração eleitoral polarizada, com candidatos de partidos fortes no cenário nacional e manifestações populares distribuídas em vários bairros da cidade.
A pouca diferença de votos entre os postulantes demonstrou que o município estava dividido.
Em alguns pontos da cidade e também em distritos, a eleição foi decidida por poucos votos de diferença.
Com a polarização identificada nesse domingo, o desafio do futuro prefeito será reunir Petrolina, novamente, em torno de um projeto único, que beneficie igualmente toda população”, diz o PMDB.