Mesmo com as dificuldades para o PT nestas eleições e com o seu adversário Geraldo Julio (PSB) chegando muito perto de vencer no primeiro turno, o ex-prefeito João Paulo vai disputar o segundo turno para a Prefeitura do Recife.

O petista comemora esse passo nas eleições em seu comitê, na área central da cidade, na noite deste domingo (2).

Em entrevista coletiva, afirmou que quer os votos dos concorrentes derrotados, desde os de Daniel Coelho (PSDB) até os de Pantaleão (PCO). “Vamos ter, se for possível, diálogo com os outros candidatos”, afirmou João Paulo.

LEIA TAMBÉM » Geraldo Julio vai pro segundo turno com João Paulo no Recife João Paulo é o único candidato do PT que pode ser eleito em capitais no Nordeste, o reduto eleitoral da legenda.

Ao todo, o partido tinha candidatos em cinco capitais, mas nenhum foi escolhido.

Vale ressaltar que, ainda em 2012, o PT só venceu em João Pessoa, com Luciano Cartaxo, mas hoje ele está no PSD.

O partido ainda perdeu duas das três maiores cidades nordestinas: Recife, onde Humberto Costa foi derrotado por Geraldo Júlio (PSB); e Fortaleza, onde Elmano de Freitas foi vencido por Roberto Cláudio (eleito pelo PSB; hoje, ele está no PDT).

Parte do resultado deste ano, porém, se deve à realidade atual do partido.

Nos 45 dias da curta campanha, metade do tempo das eleições anteriores, o principal líder do PT, o ex-presidente Lula, virou réu na Lava Jato pelo caso do tríplex, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os ex-ministros dos governos Lula e Dilma Guido Mantega e Antônio Palocci foram presos na operação na mesma semana.

João Paulo admitiu que a Lava Jato atrapalhou o processo eleitoral para o PT.

Mas não deixou para os antigos aliados socialistas ao afirmar: “Outros partidos estão envolvidos em escândalos de corrupção, como o PSB, envolvido e denunciado, mas que o foco só fica no PT”.

O próprio ex-prefeito foi alvo de uma intolerância alimentada contra o partido durante a campanha quando quase foi agredido enquanto almoçava com aliados em um shopping no Recife.

Durante a confusão, o acusado gritou insultos como “ladrões” e “canalhas” contra eles e depois, em entrevista, disse: “O PT para mim é lama, lama, lama, lama.”