Datafolha e Ibope apontam segundo turno no Recife, mas números do IPMN permitem projetar vitória de Geraldo Julio nesta primeira fase do pleito Por Maurício Romão, especial para o Blog de Jamildo Com trabalho de campo realizado entre os dias 29 e 30 de setembro o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o portal LeiaJá e o Jornal do Commercio, realizou sua última pesquisa de intenção de votos relativa ao pleito deste ano de 2016 para prefeito do Recife.
Em votos válidos, quando se subtraem os votos brancos e nulos, o candidato do PSB, Geraldo Júlio, registrou 49,2% de intenções de voto, chegando bem próximo do limite mínimo de 50% requerido para sacramentar o pleito já no turno primeiro.
O Ibope e o Datafolha, também publicaram pesquisa ontem, sábado, dando números menores para Geraldo Júlio: 45% dos votos válidos.
Os resultados dos dois institutos deram suporte à opinião, já bastante difundida, de que a definição do pleito dar-se-ia apenas no segundo turno.
Pelas duas últimas pesquisas do Ibope (25-27/set e 28-01/out) e Datafolha (26/set e 30-01/out), as intenções de voto de Geraldo Júlio estariam estabilizadas em 45%, ao passo que as duas recentes do IPMN (27-28/set e 29-30/set) apontam crescimento de preferências dos eleitores pelo prefeito, ainda que dentro da margem de erro.
Independente da divergência de números, os institutos de pesquisa ainda têm que encarar o imponderável da realidade das urnas : há a volatilidade do voto (uma parte dos eleitores está deixando para decidir o seu voto nos estertores do pleito, às vezes somente na hora de votar), o voto útil (que favorece o candidato líder na corrida eleitoral), o eventual aumento da alienação eleitoral (abstenção, votos brancos e votos nulos), etc., tudo concorrendo para incertezas dos resultados finais, mormente quando os números estão próximos do limiar que define se a eleição pode terminar no primeiro turno ou se vai para o segundo.
Não obstante tais dificuldades e as distinções metodológicas entre os institutos, deve-se ter assentado que as pesquisas são um poderosíssimo instrumental científico que se presta a detectar e antecipar determinada tendência.
Sob esse aspecto, então, a evolução dos números das cinco pesquisas do IPMN levadas a efeito até sexta-feira, dia 30 de setembro, na capital pernambucana (vide abaixo), particularmente das últimas três, torna possível prever a vitória do atual prefeito no primeiro turno.
De fato, as projeções derivadas da evolução dos números do IPMN indicam que o prefeito atual teria nas urnas 51,02% dos votos válidos (o pessebista está crescendo, em média, 2,02 pontos de percentagem por pesquisa), equivalentes a 432.723 votos, ao passo que o conjunto de seus oponentes só lograria 48,98%, cerca de 424. 241 votos.
A vitória pessebista dar-se-ia, então, por uma diferença de 8.482 votos, relativamente ao conjunto de votos dos adversários, num total estimado de 848.143 mil votos válidos.
Estes números projetados se assentam no pressuposto de que os percentuais de votos brancos e nulos e de abstenção no Recife, cujo total alcançou 26% nas urnas no primeiro turno de 2012, sejam mantidos em 2016.
Maurício Costa Romão é Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.