Na eleição municipal deste ano, o Partido dos Trabalhadores deve manter a escrita de não ser um grande vencedor nas capitais do Nordeste, seu maior reduto político.
Em 2012, o partido conseguiu eleger apenas um gestor municipal numa metrópole – Luciano Cartaxo em João Pessoa, hoje ele está no PSD.
Neste ano, a legenda pode ficar sem nenhum gestor municipal eleito.
Vale ressaltar que, ainda em 2012, o PT perdeu duas das três maiores cidades nordestinas: Recife, onde Humberto Costa foi derrotado por Geraldo Júlio (PSB); e Fortaleza, onde Elmano de Freitas foi vencido por Roberto Cláudio (eleito pelo PSB; hoje, ele está no PDT).
LEIA TAMBÉM » Geraldo aparece com 37% e João Paulo com 29% em pesquisa encomendada pelo petista » Ibope aponta Geraldo Julio com 40% e João Paulo com 26%, na disputa pelo Recife » Agora com 38% das intenções de voto, Geraldo Julio amplia vantagem sobre João Paulo na IPMN/JC Em 2016, o partido disputa a prefeitura de cinco das nove capitais do Nordeste (Recife, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Maceió).
Entretanto, neste ano, a legenda não tem candidatos em Salvador (BA), a maior cidade da Região, e São Luís (MA), a 4ª maior.
Há 4 anos, a sigla havia lançado nomes nessas capitais com apoio de 14 e 13 legendas, respectivamente.
O PT também não disputará as prefeituras de Teresina (PI) e Aracaju (SE).
Após perder alianças no cenário nacional, o Partido dos Trabalhadores terá menos candidatos a prefeito e mais chapas puro-sangue nas eleições deste ano.
Em 2016, são três candidaturas 100% petistas: Fortaleza, Maceió e João Pessoa.
Em 2012, eram duas (Natal e Teresina).
Paulão - Maceió / Foto: Facebook - Paulão - Maceió / Foto: Facebook Luizianne Lins - Fortaleza / Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula - Luizianne Lins - Fortaleza / Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula Professor Charliton - João Pessoa / Foto: Facebook - Professor Charliton - João Pessoa / Foto: Facebook Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula - Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula Fernando Mineiro - Natal / Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula - Fernando Mineiro - Natal / Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula Uma análise dos locais nos quais o PT abdicou de lançar nomes próprios indica que o partido perdeu espaço onde antes considerava estratégico estar presente.
Entre os motivos para este desgaste estão o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a Operação Lava Jato, que investiga, também, a ligação de empreiteiras com o maior nome da sigla, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Maceió, o candidato Paulão do PT aparece com 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada no último dia 14.
Outro desempenho fraco está em João Pessoa, onde o candidato Professor Charliton (PT) pontuou, também, apenas 2% das intenções de voto nas duas pesquisas Ibope feitas durante a disputa municipal. » “Sérgio Moro não é mais honesto do que eu”, diz Lula no Recife » Lula na terra da Refinaria Abreu e Lima: “Tucano vai no ninho e come filhotes” » Com Lula, João Paulo acusa Geraldo Julio: “Estão usando a máquina pública” Em Natal, o candidato petista Fernando Mineiro é outro com poucas chances de segundo turno, alcançando 5% das intenções de voto.
Em Teresina, o candidato Amadeu Campos (PTB), que tem o PT na coligação, oscilou negativamente de 12% para 10% nas últimas pesquisas Ibope.
Já em Salvador, a candidata Alice Portugal (PCdoB), que tem como vice a deputada estadual Maria del Carmen (PT), tem apenas 10% intenções de voto, segundo o Ibope.
A candidata Luizianne Lins (PT), que tenta retorno à Prefeitura de Fortaleza, tem 15% das intenções de voto, situando-se na terceira colocação nas duas pesquisas Ibope divulgadas até o momento.
No Recife, a situação é parecida com Fortaleza.
O partido lançou o ex-prefeito João Paulo, que segundo o Ibope, tem 26% das intenções de voto.
Veja como foi a passagem de Lula por Fortaleza: Ainda assim, é no Nordeste que o ex-presidente tem os melhores índices de popularidade, segundo a última pesquisa Datafolha.
Ele tem 39% das intenções de voto para Presidência, caso seja candidato em 2018.
Na última semana, o PT promoveu uma imersão de Lula ao Nordeste como uma tentativa de manter em alta a popularidade e impulsionar candidaturas locais. » “Duvido que na PF tenha alguém mais honesto que eu”, diz Lula em Natal » No Ceará, Lula se diz ‘ofendido’ por ter vida ‘futucada por uns meninos do MPF’ Em 2006, Lula foi reeleito com 60,8% dos votos de seus conterrâneos nordestinos, e em 2010 ajudou Dilma a fazer 70,5% dos votos na região, mas em 2012 não teve forças para impedir que o Nordeste se transformasse no novo bunker do bloco PSDB/DEM.
Juntas, as duas legendas levaram sete das 15 maiores cidades da região.
Entre elas quatro capitais: Salvador, Aracaju, Maceió e Teresina; além de Campina Grande (PB), Feira de Santana (BA) e Jaboatão dos Guararapes (PE).
MILITÂNCIA Foto: Diego Nigro/JC Imagem Agora réu na Operação Lava Jato e com membros de seu partido investigados ou presos, Lula deve recorrer ao Nordeste em busca de sobrevivência política.
O que resta é saber se sem nenhum prefeito em capitais e com uma presidente petista tendo sido afastada, a popularidade de Lula no Nordeste vai continuar até o próximo pleito presidencial.
Em entrevista recente concedida à Rádio Jornal, Lula afirmou que não será candidato em 2018, caso “o País dê certo”. “Pra não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo.
Se o Brasil der certo, por quê eu precisaria ser presidente outra vez?”, questionou.
O petista ainda brincou ao dizer que “política é que nem uma boa cachaça, você começa e não quer parar mais”. » Garanhuns: candidatos na terra de Lula omitem líder petista » Uma das maiores defensoras de Dilma, Luciana Santos é limada pelo PT em visita de Lula » João Paulo diz que tornar Lula réu é perseguição ao ex-presidente Entretanto, a decisão do juiz Sérgio Moro de acatar a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode atrapalhar os planos do petista.
Ele foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá.
Petistas afirmaram que o objetivo da denúncia é “impedir que Lula seja candidato ao comando do Planalto em 2018”.
Confira trecho do discurso do petista no Recife na última semana Réu na Justiça sob acusação de tentativa de obstrução da Operação Lava Jato, Lula enfrenta um cenário ainda mais desfavorável para suas perspectivas eleitorais com essa nova denúncia.
Se for condenado por Moro em primeira instância e pelo Tribunal Regional Federal (TRF) em segunda instância, o petista se tornará inelegível por oito anos pela Lei da Ficha Limpa, não podendo concorrer a qualquer cargo público até 2024.
De acordo com a Lei da Ficha Limpa, candidatos que tenham sido condenados por um órgão colegiado são impedidos de disputarem nova eleição ou assumir um novo mandato.
Neste momento, o que preocupa o PT é a ausência de um plano B para a corrida presidencial de 2018.
Membros da cúpula do partido não escondem que Lula é a única opção.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que seria uma alternativa, não estaria mais nos planos da legenda em função de sua alta rejeição na capital paulista e de suas dificuldades para conseguir se reeleger em 2016.
Veja a situação dos candidatos petistas nas capitais nordestinas