Quatro dos oito candidatos à Prefeitura do Recife nestas eleições se enfrentaram em debate na TV Globo na noite desta quinta-feira (29).
Ao contrário da polarização que tem acontecido ao longo da campanha, Geraldo Julio (PSB) e João Paulo (PT) não se enfrentaram em muitas perguntas e a parte da polêmicas ficou por conta do socialista e de Daniel Coelho (PSDB).
O petista fez todos os questionamentos para Priscila Krause (DEM), que respondeu colocando-o no mesmo grupo que o seu principal adversário, o atual prefeito, a quem critica.
LEIA TAMBÉM » Uber volta ao centro da polêmica na campanha do Recife em debate Um exemplo foi no início do segundo bloco do debate, quando João Paulo perguntou à democrata sobre a educação na rede municipal, fazendo críticas à gestão do socialista. “Isso é obra de quase 16 anos e tem origem na junção de um grupo político que governa o Recife nesses 16 anos”, disparou Priscila Krause.
O petista foi prefeito por dois mandatos tendo como vice o atual vice-prefeito e candidato ao cargo na chapa de Geraldo Julio, Luciano Siqueira (PCdoB), e foi sucedido pelo seu indicado João da Costa (PT), que tinha como vice Milton Coelho (PSB).
Essas alianças antigas dos dois candidatos que hoje são o principal adversário um do outro foi uma estratégia de João Paulo contra Geraldo Julio, quando o prefeito o criticou por não ter concluído as obras da Via Mangue. “Você pegou um pedaço de obra e quer dizer que fez toda a obra”, respondeu o petista. “O seu vice foi o meu vice, Luciano Siqueira”, concluiu.
A primeira polêmica entre Daniel Coelho e Geraldo Julio foi ainda no primeiro bloco, quando o tucano criticou o socialista por não ter terminado a reforma do Teatro do Parque.
Daniel afirmou que o prefeito gastou R$ 26 milhões no gabinete e R$ 100 milhões com cargos comissionados e funções gratificadas no ano passado. “É a falta de prioridade que está fazendo a cultura da cidade ficar abandonada.
Prioridade a gente mostra no orçamento, não é com palavra, não”, afirmou o tucano.
O prefeito respondeu afirmando que o custo do seu gabinete é menor do que o valor gasto para manter o tucano como deputado federal. “A inexperiência faz esse tipo de afirmação”, ironizou.
O assunto ainda voltou à tona no debate.
Daniel Coelho fez, porém, “dobradinha” com Priscila Krause.
Em questionamentos entre os dois, ambos apresentavam as próprias propostas, sem trocas de farpas.
Um desses momentos foi quando a democrata fez uma pergunta para o tucano sobre a saúde, pedindo que ele comentasse a denúncia de que equipamentos antigos estão abandonados na cidade, em crítica à gestão de Geraldo Julio.
Daniel respondeu em poucos segundos e usou o restante do tempo para se defender sobre a polêmica anterior com o socialista.
Priscila Krause ainda “levantou a bola” defendendo a informatização da rede municipal de saúde para o tucano “cortar” defendendo a implantação de prontuários eletrônicos. “Na prefeitura, se você chega com o seu CPF, num instante instante vão saber se você deve IPTU, se você deve ISS.
Nos postos, ninguém sabe quem é você, se você tem diabetes” afirmou. “Você não é tratado por parede bonita pintada de branco”, alfinetou as obras inauguradas na gestão atual, mantendo a estratégia de afirmar que antes de construir novos equipamentos os antigos devem ser mantidos.