O desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) Ivan Lira de Carvalho indeferiu o pedido da defesa de um dos acusados na Operação Turbulência, o empresário Apolo Santana Vieira, para trancar a ação penal.
O magistrado, no entanto, concedeu uma liminar em favor do investigado ao decidir suspender as audiências.
Para o desembargador, há a necessidade de um maior aprofundamento da peça acusatória.
O Ministério Público Federal (MPF) terá, então, que entregar um aditivo das acusações sobre o empresário.
Carvalho frisou o caráter provisório da suspensão das audiências.
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Ainda era alvo da ação Paulo César de Barros Morato, também tido como “laranja”, encontrado morto um dia depois em um motel em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
A investigação apontou que há indícios de que a organização foi responsável pelo embranquecimento de dinheiro desviado das obras da Transposição do Rio São Francisco e da Refinaria Abreu e Lima para as campanhas do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) em 2010, ano em que conseguiu se reeleger no Estado, e em 2014, à presidência, quando morreu vítima de acidente aéreo.
Suspeitas sobre a compra do avião que caiu, matando o socialista e mais seis pessoas, motivaram a operação.