Em entrevista concedida ao Blog do Josias de Souza, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), defendeu que mudar o ensino é tão importante quanto reformar economia no Brasil.
Desde a última quinta-feira (22), a reforma do ensino médio tem gerado polêmica. “Temos que colocar a educação no mesmo patamar de prioridade das reformas econômicas”, disse o responsável pela novidade em entrevista ao UOL.
Confira a íntegra da conversa: Guindado ao comando da pasta da Educação há quatro meses e meio, Mendonça migrou do debate acadêmico à prática.
Convenceu Temer a baixar a reforma do ensino médio por MP (medida provisória).
Diferentemente de um projeto de lei, a MP vigora a partir de sua publicação no Diário Oficial.
E os congressistas têm a obrigação de apreciá-la em até 120 dias.
De acordo com o Blog, o ritmo de toque de caixa gerou muitas críticas e o ministro disse ter ficado “pasmo”. “Medida provisória para atender urgência e relevância no campo econômico é sempre justificável.
No campo social da educação, que vive um drama terrível, algumas pessoas ficam meio que arrepiadas.
Não tem que ter arrepio. É uma medida legislativa com base na Constituição, que estabelece urgência e relevância.” Há 20 dias, vieram à luz os dados do último Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica).
Exibiram, uma vez mais, o flagelo do ensino médio.
Apenas dois Estados, Pernambuco e Amazonas, lograram cumprir as metas.
Segundo o ministro, foi o resultado do Ideb, o mais completo instrumento de aferição da má qualidade da educação brasileira, que o levou a agir. “A gente teve o segundo Ideb consecutivo desde 2011 em que não atingimos as metas fixadas para a educação de nível médio no Brasil”, disse Mendonça. “A gente tem um flagelo de 1,7 milhão de jovens que nem trabalham nem estudam.
Muitas vezes são dragados e atraídos pela criminalidade, pelas drogas, nas grandes e médias cidades do Brasil. É um drama humano.” O ministro dá de ombos para os que o criticam por ter convencido Temer a adotar a via da medida provisória. “A gente tem que agir com urgência e velocidade, para atender esses jovens brasileiros”, disse Mendonça (veja no vídeo abaixo). “A reforma é para atender os jovens do Brasil, não é para atender as corporações ou quem quer que seja.
Todas devem colaborar, porque o objetivo central é atender a juventude brasileira, que não se vê identificada com o formato atual da educação de nível médio e que quer protagonizar e definir o seu próprio futuro.” Na tarde dessa terça-feira (27), Mendonça Filho gravou um pronunciamento para reforçar a importância dos professores para a educação do Brasil e rebater acusações divulgadas nas Mídias Sociais.
Um site divulgou informações atribuindo a “burocratas do MEC” a afirmação que os professores têm “regalias”. “Essa é mais uma das inúmeras mentiras que já foram divulgadas, desde que assumimos a gestão do MEC, em maio”, afirmou o ministro.