Por Osvaldo Matos, especial para o Blog de Jamildo O pacto pela vida foi um programa exitoso, pois tinha o chefe do executivo chamando para si a responsabilidade, gestão e cobrança dos resultados, sem falar que a coisa estava tão ruim que o mínimo que fosse feito dava resultado.
Em um país onde a estabilidade do servidor atrapalha mais que ajuda, quem não tem medo de falhar diante de um líder tão carismático e bem avaliado?
Reuniões do pacto funcionavam como injeções de adrenalina nas veias de toda estrutura operacional.
Aliado a isso, as policias foram melhor equipadas e receberam alguns incentivos extras nos seus salários e carreiras.
Não que isso tenha sido de longe o ideal, mas melhorou muito.
A frota mais quase triplicou, novos armamentos e epis foram adquiridos e as tentativas de integração ajudaram a melhorar um pouco a convivência dos órgãos operativos do sistema.
Porém as policias perderam sua identidade, sua mística, sua capacidade de renovação, seu comando intermediário formado e vocacionado ainda jovem e o amor de um número muito grande dos seus servidores.
Esses elementos, que para muitos não são tão importantes, são a base de qualquer boa polícia do mundo.
Os policiais lidam com o lixo que a sociedade doente produz, e no caso do Brasil, lixo tóxico que contamina e se espalha em progressão geométrica mais até que em muitas guerras e em sociedades perdidas no caos e na miséria.
Os nossos números são de envergonhar qualquer um que tenha o mínimo de civilidade.
Crimes de todos os tipos, total falta de respeito a vida e ao próximo, violência banal, impunidade, drogas demais, falta de controle, sistema carcerário falido e o pior dos mundos.
Os policiais civis, militares e científicos estão desmotivados, destroçados na sua autonomia, sem esperança e suas instituições violentadas quase que diariamente por uma terceira policia que não tem experiência de campo no trabalho ostensivo e investigativo das policiais estaduais, devidamente previstos na nossa constituição.
A atividade policial é 20% de teoria e 80% de prática, só existem bons policiais, quando esses são experientes e motivados as vezes por tão pouco, já que arriscam suas vidas por quem não conhecem e na maioria das vezes não os respeitam.
Polícia tem que ter líder, comandante, chefe, coordenador, seja lá o que for, mas tem que ser líder de verdade. É inerente a essa atividade em qualquer lugar do mundo, nas instituições policiais que dão resultado, a presença de líderes queridos e admirados.
Diante de todo esse quadro dois pontos devem ser bem observados: 1.
O ser humano que tenta combater, investigar e entregar para punição os criminosos.
Esse profissional não pode ser jogado ao Deus dará, ele deve ser amparado, morar com segurança, ter boa assistência médica em especialidades que possam interferir no seu trabalho, atividade física obrigatória e com acompanhamento, reciclagem periódicas, treinamento, ganhos extras por ações e atitudes nobres e que sirvam de exemplo para os seus companheiros.
Seus ambientes de trabalho e viaturas devem ser limpos, bem cuidados, estudados para oferecer o máximo de boas condições de desempenho das suas funções tão espinhosas.
Suas promoções não devem ter apadrinhamento político ou depender de vagas nos quadros, devem ser imediatas a cada conjunto de ações exemplares realizadas.
Quem se dedicar, for proativo e der resultado para sociedade deve ser promovido sem questionamentos.
Deixem as funções de comandos e chefias gratificadas com número de vagas, mas os postos, graduações ou classes sejam ocupados sempre que o policial merecer e que continuem nas ruas, pois os bons policiais adoram suas atividades operacionais.
Polícia não é emprego é vocação.
Mudem esse formato dos concursos, procurem dar um peso maior a provas práticas, especificas e aos testes de vocação.
Esses homens e mulheres não são recrutados em Marte.
Precisam ganhar salários dignos, usarem todos os equipamentos de proteção individual personalizados, viaturas blindadas e também premiações por resultado.
O Estado nas suas 3 esferas, tem que entender isso, sua segurança nacional e economia interna dependem muito de policiais preparados e motivados.
Nossa sociedade vive nos últimos anos verdadeiros genocídios de milhões de brasileiros vítimas da violência desenfreada.
Em muitos países do mundo, policiais são isentos de impostos para compra de casa própria, carro, remédios, seguro saúde, alimentação, combustível, roupas e consultas.
Em muitos casos até recebem bolsas de estudos e descontos para sua formação e dos seus filhos.
Não pagam atividades culturais e são acompanhados por técnicos durante toda a vida, que os ajudam a melhorar cada vez mais o desempenho das suas funções.Isso não é privilégio, a sociedade e governo devem enxergar que eles vivem em uma guerra diária, diferente de qualquer outra profissão.
O risco é constante pra ele e para família. 2.
A interação das instituições e servidores operativos com a população que sofre com os criminosos.
Isso deve ser perseguido o tempo inteiro.
A população apoiando o trabalho policial é tudo que o bandido não quer.
Precisamos criar mecanismos e sistemas que façam o povo interagir com esses órgãos operativos e os avanços tecnológicos são grandes ferramentas para isso.
As polícias devem ter acesso aos robôs de monitoramento de redes sociais, canais de vídeos e blogs e sites para melhor planejar suas ações de inteligência, equipamentos de investigação e controle através de sensores e pórticos de RIPD espalhados em todo perímetro de regiões mais violentas, sistemas de câmeras com hd, ocultas, instaladas em pontos comerciais, casas, prédios e condomínios em parceria com os proprietários, quanto mais câmera mais crimes serão esclarecidos.
Torres elevatórias móveis para o olho de policiais experientes com binóculos especiais com gravação e zoom.
Unidades especiais de prevenção formada por equipes mistas de policiais ostensivos e judiciários para apoiar atividades em zonas de grande violência e pouco efetivo.
Os motoristas de táxi, ônibus e de serviços diversos devem participar de programas de informação de situações suspeitas nas ruas.
Esses profissionais teriam acesso a aplicativos de com senha e contra senha que permitam sua interação com a viatura mais próxima.
Os moradores de prédios em regiões violentas podem funcionar como olhos da lei, desde que treinados e de forma voluntária queiram participar de programas de prevenção.
A policia cientifica deve ter o assessoramento de policiais dos núcleos de investigações criminais das policias mais bem ranqueadas do mundo, podemos inclusive contratar profissionais aposentados desses países através de contratos temporários, eles de forma isenta e profissional podem ajudar muito o gestor e seus agentes a buscarem alternativas de equipamentos e treinamentos.
Os comerciantes, industriais e empresas diversas que desejarem contribuir com as atividades de prevenção e combate a violência poderiam ser estimulados por programas de renúncia fiscal para projetos bem elaborados em conjunto com a policia e comunidade, nos mesmos moldes das leis de incentivo a cultura, ou viver com segurança não é tão essencial quanto estimular a cultura?
Prefeituras devem embarcar de vez nessa cruzada criando melhores condições de iluminação, preservação do patrimônio público, segurança e inteligência contra traficantes nas escolas, centros de convivência, cultura e esportes para crianças e jovens em situação de risco.
Palestras nas escolas, contratação de policiais aposentados de nível superior para cuidar da disciplina e aconselhar os jovens em relação a sua participação ativa como agentes multiplicadores da paz em suas comunidades.
Os quartéis devem servir como centros de atividades esportivas, comandadas por militares e profissionais aposentados e da ativa em horário de folga que receberiam hora aula.
Mães e pais devem participar de palestras nas unidades operacionais e nas escolas da comunidade para aprenderem como identificar possíveis sinais e mudanças nos filhos e conhecidos, como ajudar os jovens a saírem do mal caminho e a forma mais eficaz de ajudar na prevenção e apoio do trabalho policial.
As comunidades deveriam eleger seus conselheiros de segurança pública, que seriam elementos do povo inseridos nas atividades de planejamento e apoio do trabalho policial, como os conselheiros tutelares.
Sensores de tiro com localização georeferenciada, pórticos detectores de armas em equipamentos públicos e privados, móveis e imóveis, de grande concentração também com georeferenciamento, sinalização externa em veículos de transporte público, equipamento de localização de armas brancas e de fogo a distância nas viaturas policiais.
Viaturas e policiais portando câmeras que protejam os policiais, a sociedade dos maus policiais e que ajudem no treinamento dos novos agentes.
Gestão de supervisão pública estimulada por aplicativos que permitam a população avaliar instantaneamente a postura e trabalho dos policiais nas ruas e eventos permitindo que os proativos sejam elogiados, promovidos e premiados e os que não querem nada punidos.
Sistemas de pânico ocultos instalados em postes, ônibus e paradas acionados por botão que escaneia a impressão digital e puna os troteiros.
Quando o gestor observar esses pontos com respeito e prioridade a gente vai deixar de pagar o pato e o pacto vai voltar a se aperfeiçoar e dar bons resultados salvando milhares de vidas.
Osvaldo Matos de Melo Júnior Pernambucano é Publicitário e Sociólogo