Por unanimidade, os cinco ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitaram nesta terça-feira (27) a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo, marido dela, e os dois tornaram-se réus na Operação Lava Jato.

Gleisi é a primeira senadora com mandato atualmente alvo de uma ação penal por suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Desde março de 2015, Gleisi e Bernardo são investigados por suposto recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras, em quatro parcelas iguais, para a sua campanha em 2010.

O empresário Ernesto Kugler também é réu na Lava Jato agora, acusado de receber o dinheiro.

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Em delação, Youssef confessou ter feito a entrega do dinheiro, a mando de Costa, em quatro parcelas: três no shopping e outra na casa dele, em um condomínio de alto padrão da capital paranaense.

Gleisi, Paulo Bernardo e o empresário foram denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. » Alvo da Custo Brasil diz ter bancado R$ 32 mil em loft para Gleisi Hoffmann » Bate-boca: Gleisi Hoffmann diz que nenhum senador tem moral para acusar Dilma » Advogado da campanha de Gleisi Hoffmann se entrega à PF O relator do caso foi o ministro Teori Zavascki, com parecer favorável ao recebimento da denúncia.

Depois votaram acompanhando o relator os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e, por último, Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma.

O caso havia sido pautado para o final de agosto, mas retirado de pauta pelo próprio relator Zavascki.

Na ocasião, o ministro levou em conta o calendário do julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), do qual Gleisi participava como senadora.

Em defesa preliminar encaminhada ao STF, os advogados da petista e de Paulo Bernardo argumentaram que não há conjunto mínimo de provas para sustentar a denúncia feita pela PGR e pedem a declaração de nulidade da acusação.