Após a polêmica sobre a declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a Lava Jato e a prisão do ex-ministro Antônio Palocci, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), afirmou nesta segunda-feira (26) que o ministro fez uso de político de informação privilegiada e que deveria ser sigilosa.

O pernambucano disse ainda que vai entrar com um requerimento de informação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para que o ministro explique, por escrito, como soube que haveria uma nova fase da Operação Lava Jato.

O petista é um dos parlamentares que assinaram uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) contra Moraes.

LEIA TAMBÉM » “Esta semana vai ter mais”, diz ministro da Justiça sobre a Lava Jato » “Estamos caminhando para o Estado de Exceção”, diz Dilma sobre ministro » Oposição recorre à PGR com representação contra ministro da Justiça “A Lava Jato está virando um instrumento contra os adversários do governo Temer”, acusou Humberto Costa.

Estão interferindo diretamente no curso da investigações e dirigindo todos os passos com objetivos políticos.

Nas vésperas da eleição, o ministro divulga em ato com caráter claramente eleitoral uma informação que não poderia ter vazado.

Parece estar tudo acertado para criminalizar o PT.

Estão fazendo uma verdadeira operação boca de urna", acrescentou. “O que está acontecendo é muito grave e precisa ser apurado.

Vamos cobrar as explicações do ministro de Justiça para não permitir que a Polícia Federal vire instrumento de perseguição política”, defendeu o líder do PT no Senado. » Moro determina bloqueio preventivo de até R$ 128 milhões das contas de Palocci » Ex-ministro Antonio Palocci é preso na 35º fase da Lava Jato » ‘Suborno’ a Palocci teria envolvido terreno para Instituto Lula, aponta MP O ministro afirmou a um dos integrantes do Movimento Brasil Limpo (MBL) nesse domingo (25), após um evento político do PSDB em Ribeirão Preto, berço político de Palocci, que haveria uma nova fase da Lava Jato esta semana.

A comunicação do ministério contemporizou em seguida, afirmando que a declaração de Moraes foi por “força de expressão”.

Na manhã desta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou a 35ª fase da operação, que prendeu o ex-ministro em São Paulo com a acusação de que ele atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas à Odebrecht e que teria sido beneficiado pessoalmente.