“Você acha que uma aliança com o PCdoB é o quê, ideológica?

Um vice que chama o prefeito de golpista para você é ideologia?

Não é”.

Essa foi uma das críticas do candidato do PSDB à Prefeitura do Recife, Daniel Coelho, ao atual prefeito, Geraldo Julio (PSB), novamente seus adversários nestas eleições, durante sabatina da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), nesta segunda-feira (26).

O tucano questionou o fato de o candidato a vice na chapa socialista, o atual vice-prefeito Luciano Siqueira, se manifestar contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) enquanto Geraldo Julio e o seu partido apoiaram o processo.

LEIA TAMBÉM » Em sabatina, João Paulo diz que a natureza conspira a seu favor Daniel Coelho ainda criticou o tamanho da coligação do prefeito, que é apoiado por 20 partidos. “Tem uma fatura a ser paga, evidente que tem uma fatura.

Essa unidade não é uma unidade de conceito, é uma unidade de divisão e de loteamento do Estado”, afirmou o candidato tucano.

O PSDB esteve na aliança de 21 partidos que apoiou a eleição do governador Paulo Câmara (PSB) há dois anos e integrou o governo até maio deste ano, quando o socialista pediu os cargos dos tucanos depois que eles sinalizaram a candidatura de Daniel Coelho no Recife.

O mesmo aconteceu com o DEM, partido de Priscila Krause.

Daniel Coelho acusou a gestão de usar os cargos na prefeitura para abrigar os aliados. “O atual gestor ganhou a eleição falando de novo recife, que iria mudar.

Prometeu uma campanha para reduzir o comissionados e aumentou.

Se ganhar, vai aumentar de novo.

São 22 partidos na aliança, como é que não vai aumentar?

Vai ter que aumentar para contemplar todo mundo”, disparou.

Durante a sabatina, o candidato prometeu que, se for eleito, vai reduzir o número de cargos comissionados na prefeitura.

Segundo ele, de 5.500 para 2.750. “E é muito ainda, é muita gente.

Mas toda mudança requer um tempo.

O que a gente não pode é aprofundar esse formato (o atual)”, afirmou Daniel Coelho.

Outra promessa foi de diminuir o número de secretarias pela metade, passando para 15.

O tucano ainda criticou a gestão das pastas, citando como exemplo a de Secretaria de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, afirmando que, do orçamento total da pasta, R$ 1,2 milhões foram para o custeio - incluindo o pagamento da folha e da burocracia interna - e R$ 9 mil em investimentos para a política pública.

Mantendo a estratégia de se colocar como terceira via diante de Geraldo Julio e do ex-prefeito João Paulo (PT), que polarizam a disputa, reafirmou que os dois “representam mais do mesmo”. “Numa política que vem sendo adotada no Recife nos últimos anos eles estiveram juntos sempre.

Quem era vice de um é vice do outro”, disse, em referência a Luciano Siqueira, que foi vice-prefeito também do petista. “Nos 12 anos de PT, o PSB estava lá.

Quando João da Costa governou, Milton Coelho, que era presidente do PSB, foi vice-prefeito da cidade.

Estiveram juntos até então”, frisou.

Daniel Coelho iniciou a sua fala na sabatina afirmando que o “inchaço” na gestão municipal começou com o PT e continuou com o PSB.