Estadão Conteúdo - A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), maior tendência interna do PT, vai insistir para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocupe a presidência do partido no lugar de Rui Falcão.

Na semana passada, Lula descartou a possibilidade durante reunião do Diretório Nacional do PT, argumentando que a legenda precisa renovar seus quadros dirigentes e também que uma possível condenação pela Justiça no caso da Operação Lava Jato atingiria o partido.

O próprio Lula pediu que Falcão divulgasse a decisão para eliminar os rumores sobre a possibilidade de ele assumir a sigla.

LEIA TAMBÉM » Rui Falcão diz que PT vai antecipar eleição interna Mesmo assim, integrantes da CNB continuam a insistir para que Lula aceite presidir o PT. “A CNB vai insistir.

Lula é o maior ponto de união do PT.

Ele é o poder real no partido”, disse o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza.

O dirigente argumenta que, com Lula no comando, haveria uma qualificação natural de toda a comissão executiva do PT. “Todas as correntes indicariam seus melhores quadros para a direção”, afirmou Emídio.

Falcão já avisou ao partido que aceita a antecipação da escolha de seus substitutos de novembro para maio do ano que vem. » Lula diz que a Lava Jato dá prejuízo ao País » Lula na terra da Refinaria Abreu e Lima: “Tucano vai no ninho e come filhotes” » “Sérgio Moro não é mais honesto do que eu”, diz Lula no Recife As maiores correntes já discutem nomes para a sucessão.

A corrente Mensagem, segunda maior do partido, deve indicar o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Já a CNB está dividida.

Parte da corrente, da qual o próprio Lula faz parte, defende o nome do senador Lindbergh Farias (RJ), mas não há consenso.

O único nome que evitaria uma disputa interna é o de Lula. “Se a CNB insistir com Lula, eu apoio”, disse Markus Sokol, da corrente O Trabalho.

Ontem, a direção petista se reuniu com integrantes de movimentos que integram a Frente Brasil Popular, como o MST, CUT e CMP.

O partido quer incluir a defesa de Lula entre as bandeiras das próximas manifestações de rua juntamente com o “Fora, Temer”.