A terceira rodada da pesquisa do Instituto Nassau mostra que o eleitor do Recife continua profundamente apartado do processo eleitoral.
A maioria não quer tomar conhecimento ou mesmo assistir ao guia eleitoral na TV.
Os entrevistadores da Nassau perguntaram aos eleitores se eles estavam interessados nas eleições municipais deste ano.
A maior parte (55% das respostas) respondeu negativamente.
Outros 44% disseram sim ao questionamento, afirmando ter algum interesse nas eleições deste ano.
Nem o guia eleitoral da TV mostra-se atraente, menos de uma semana para as eleições.
A maior parte dos eleitores (60%) disse não quando perguntado se pretendia ouvir ou assistir ao guia eleitoral para a disputa de prefeito.
Só 40% disse sim à mesma pergunta.
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Por um lado, 75% dos entrevistados disseram que não pretendiam pedir votos para candidato a prefeito algum.
Só 25% disse sim, que iria pedir votos para algum dos candidatos a prefeito.
No que toca aos vereadores, o quadro é semelhante (76% disse não e 24% disse sim).
Lava Jato Os números do levantamento não surpreendem e podem ser explicados pelos efeitos da Operação Lava Jato sobre a classe política nacional.
Uma pesquisa do mesmo Instituo Nassau, de fevereiro deste ano, apontou que as investigações tem impacto direto na credibilidade dos políticos brasileiros.
De acordo com dados do levantamento, 91,8% dos recifenses não confiam em políticos, contra 6,4% que afirmam confiar.
Dos 624 entrevistados, 1,8% não respondeu ou não sabe.
As entrevistas foram realizadas nos dias 15 e 16 de fevereiro de 2016, com pessoas de 16 anos ou mais de idade residentes na área de abrangência.
O tamanho da amostra foi de 624 entrevistas.
Um dia após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, que teve como um dos alvos o marqueteiro das campanhas da presidente Dilma e da campanha da reeleição do ex-presidente Lula, João Santana, o levantamento realizado pelo IPMN apontou que 71,8% dos recifenses apoiam as investigações.
Iniciada em março de 2014, a Operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.
Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do País, esteja na casa de bilhões de reais.
Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.
A pesquisa do IPMN traz à tona um dado curioso.
De acordo com o levantamento, 29,3% afirmaram votar num político corrupto caso ele trabalhe muito pela população. 69,7% disseram não votar em políticos corruptos, mesmo que trabalhem arduamente.
Questionados se a Operação Lava Jato melhorará o comportamento dos políticos, 56,7% dos entrevistados não acreditam em melhora.
Já 40,7% ainda continuam com esperanças de que, após a Operação Lava Jato, o comportamento dos políticos deve melhorar. 2,6% não respondeu ou não sabe. 71,8% dos recifenses apoiam a Lava Jato, mas maioria acha que políticos não vão melhorar após Operação