O ex-presidente do Partido Progressista (PP) Pedro Corrêa, de 68 anos, passou mal na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, na noite dessa terça-feira (20), a informação foi confirmada pelo advogado e primo de Pedro, Clóvis Corrêa.
De acordo com ele, Pedro Corrêa teve febre e um princípio de desmaio.
Ele foi socorrido pelo doleiro Alberto Youssef na cela e chegou andando ao hospital, onde foi internado com suspeita de infecção urinária - ele já teve outros problemas parecidos. “É complicado porque o Pedro tem problemas de pressão e diabetes, como ele está nessa situação [preso] a cerca de dois anos, não tem um acompanhamento médico correto”, explicou Clóvis.
Ainda conforme o advogado, o quadro de saúde do ex-deputado é estável, mas ele segue no hospital para fazer exames, sem perspectiva de alta médica.
Corrêa é delator na Lava Jato e está preso desde abril de 2015 na capital paranaense.
Na operação, ele foi condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção.
Antes, já cumpria pena pela participação no caso do mensalão do PT.
Na última semana, foi divulgado depoimento onde Pedro Corrêa atribuiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o ex-ministro Antonio Palocci diálogos que apontam um esquema de loteamento de cargos na Petrobras.
Segundo Pedro, eles sabiam que dinheiro distribuído da Petrobras era vindo de propina e não de caixa dois. “O presidente Lula tinha conhecimento pleno de que o mensalão não era caixa 2 – era propina arrecadada junto aos órgãos governamentais”, diz.
As afirmações de Corrêa foram um dos principais elementos usados pelo Ministério Público Federal (MPF) para afirmar que Lula ‘comandava o petrolão’.
O petista foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro e a denúncia foi aceita pelo juiz Sérgio Moro nessa terça-feira (20).
O pernambucano foi o segundo político a decidir entregar o que sabe em troca de possível redução de pena.
O primeiro foi o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que firmou acordo com a Procuradoria Geral da República.
Os depoimentos de Corrêa já foram prestados, mas a delação ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
São mais de 70 anexos de colaboração.
Se o acordo for aceito, Corrêa pagará multa e poderá passar a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Entre outros, o ex-deputado já citou além de Lula, Aécio Neves (PSDB) e Aldo Rebelo (PCdoB) como políticos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras.
Todos eles negam.