O ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa segunda-feira (19), que a companha pagou R$ 1 milhão em propina para a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer nas eleições de 2014.

No total, a empresa doou cerca de R$ 30 milhões às campanhas do Partido dos Trabalhadores em 2014.

A propina, segundo a Folha de S.

Paulo, era referente a contratos assinados pela empresa com o governo federal, entre eles o que permitiu à empreiteira participar da construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

O ex-executivo afirmou que o R$ 1 milhão entrou para a campanha Dilma/Temer após um pagamento de propina feito em março de 2014 ao diretório nacional do PT.

LEIA MAIS: » Andrade Gutierrez diz que pagou pesquisas para Dilma em 2014 » Propina abasteceu campanha de Dilma de 2014, diz Andrade Gutierrez Além de Otávio, Flavio David Barra foi ouvido pelo ministro Herman Benjamin, que é relator das ações que querem a cassação da chapa.

Ainda estão previstos quatro testemunhas: o empresário Augusto Mendonça; do ex-vice-presidente da Camargo Côrrea, Eduardo Hermlino Leito; do sócio da UTC, Ricardo Pessoa; e do operador Júlio Gerin.

O depoimento, prestado em São Paulo, foi colhido pelo ministro Herman Benjamin, relator das ações quer pedem a cassação da chapa presidencial que venceu as eleições daquele ano.

Os processos, movidos pelo PSDB, apuram suspeitas de abuso de poder econômico e político, além de indícios de desvio de recursos da Petrobras para financiar a reeleição de Dilma e Temer.

OUTRO LADO O advogado do PT, Flávio Caetano, afirmou, à Folha, que os depoimentos desta segunda corroboram “a regularidade das doações feitas à campanha de Dilma e Temer”. “Ficou reconhecido a origem legal das doações, que provieram do mesmo caixa das doações feitas (pela Andrade Gutierrez) à campanha de Aécio Neves e Aloysio Nunes (que formavam a chapa adversária)”, disse Caetano.