Agência Brasil e Estadão Conteúdo O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado à Justiça pela primeira vez no âmbito da Operação Lava Jato.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) responsável pela operação.
A denúncia também inclui a esposa de Lula, Marisa Letícia da Silva, e outras seis pessoas.
Os detalhes da denúncia ainda não foram divulgados.
Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um tríplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira OAS.
Segundo o MPF, a reforma foi oferecida a ele como compensação por ações do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.
LEIA TAMBÉM » Lula acusa perseguição política e da imprensa pela denúncia do MPF pela Operação Lava Jato A denúncia também inclui os nomes do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
Os outros quatro denunciados são pessoas ligadas à empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira. » Tribunal de SP mantém com Moro denúncia contra Lula no caso tríplex » PF indicia Lula por corrupção e lavagem no caso do tríplex De acordo com a Lava Jato, Lula recebeu “benesses” da empreiteira OAS - uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras - em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris.
O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto - preso desde abril de 2015.
O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira. » Defesa de Lula entra com recurso no STF contra decisão de Teori » Teori diz que recursos de Lula são tentativa de ‘embaraçar’ investigações No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do imóvel.
No indiciamento, o delegado Márcio Adriano Anselmo, afirmou que “(Lula) recebeu vantagem indevida por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas no apartamento 174”.
O imóvel recebeu obras avaliadas em R$ 777 mil, móveis no total de R$ 320 mil e eletrodomésticos no valor de R$ 19 mil - totalizando R$ 1,1 milhão.
O MPF investiga ainda se as obras realizadas pela Odebrecht em um sítio frequentado pela família de Lula em Atibaia (SP) também consistem em vantagens indevidas recebidas pelo petista.
No entanto, nenhum representante dessa empreiteira foi incluído na denúncia apresentada nesta quarta-feira.