Do Blog de Jamildo, com Agência Brasil O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e gestores de 13 outros estados se reuniram nesta terça-feira (13) com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pedido do presidente Michel Temer (PMDB), para pressionar o governo por auxílio financeiro de R$ 7 bilhões para repor perdas com as quedas de receitas.
Porém, o socialista afirmou ter saído do encontro de duas horas e meia frustrado. “Não surtiu efeito”, reclamou.
Mesmo com um ministro do PSB no governo (Fernando Filho, na pasta de Minas e Energia), Paulo Câmara não poupou críticas à gestão atual. “Vamos ter que buscar alternativas para o serviço público não colapsar.
Então, eu saio (da reunião) com o dever de casa de que, mais uma vez, os Estados (Norte, Nordeste, Centro-Oeste) não vão contar com ajuda do governo federal, nem de operações de crédito, nem de auxílio para o fechamento do ano, como já ocorreu no exercício de 2015”, destacou.
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A reunião com o ministro aconteceu um mês após outro encontro com Temer. “Havia uma sinalização de alternativas.
E agora não há”, reclamou o governador.
Calamidade Os governadores pediram a antecipação de R$ 7 bilhões de recursos da repatriação (pagamento de tributos sobre recursos mantidos no exterior) que entrarão nos cofres federais até o fim de outubro.
Originalmente, os estados propunham que a ajuda fosse equivalente à queda total de R$ 14 bilhões nos repasses da União ao Fundo de Participação dos Estados em 2016 em relação ao ano passado.
Caso a ajuda não seja concedida, eles pretendem decretar o estado de calamidade financeira, como o Rio de Janeiro fez em junho. “Pernambuco entende que isso precisa ser amadurecido e melhor pensado, inclusive porque ainda há tempo de se verificar alternativas e não adotar medidas tão extremas como essa (do Rio)”, disse, porém, o governador.
Renegociação das dívidas Paulo Câmara ainda voltou a reclamar também do processo de renegociação das dívidas.
Para ele, além do Tesouro, deveria considerar os débitos com o BNDES. “Atende o Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, que são os grandes beneficiados com mais de 80% do processo de negociação da dívida”, afirmou Paulo Câmara.