Estadão Conteúdo - A imprensa internacional destaca nesta terça-feira, 13, a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), votada na noite da segunda-feira, 12 por seus pares na Câmara.

A maioria dos jornais estrangeiros descreve o agora ex-deputado carioca como um dos principais líderes do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff e todos destacam a longa lista de acusações contra ele.

Ele é descrito em vários veículos internacionais como o ‘‘arquiteto’’ do impeachment, e volta a ser comparado ao personagem Frank Underwood, da série ‘‘House of Cards’’. “O Congresso brasileiro expulsou o legislador que liderou o impeachment de Dilma, refletindo que o sistema político continua conturbado”, aponta o americano “The New York Times”.

Já o “Washington Post” lembra que, cassado, Cunha perde o foro privilegiado e agora vai ser julgado por uma instância inferior do Judiciário, “vista como mais dura do que a Corte Suprema, que lidava com o caso até agora”.

O argentino “Clarín” descreve Cunha como um ultraconservador, evangélico e profundo conhecedor dos labirintos regimentais do Congresso, acusado de ter contas não declaradas na Suíça, onde supostamente recebeu subornos milionários. “Cunha sobreviveu politicamente apenas duas semanas a Dilma Rousseff, sua feroz inimiga”, aponta o periódico.

Na Europa, o caso ganhou menos destaque.

Entre os sites que noticiaram a cassação, o alemão “Der Spiegel” lembra que Cunha “é um dos numerosos políticos e empresários que estão envolvidos no escândalo de corrupção em torno da petrolífera brasileira Petrobras”. ‘‘Por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções, os deputados votaram pela cassação daquele que foi o grande maestro da destituição da presidente Dilma Rousseff.

Inelegível até janeiro de 2027, Eduardo Cunha deve se tornar um cidadão obrigado a responder à Justiça comum’’, diz reportagem do francês ‘‘Le Monde’’.