A jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do processo de afastamento de Dilma Rousseff, disse em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (9), que não vê inconstitucionalidade na decisão do Senado, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, de fatiar a votação do impeachment.

A solução permitiu que a ex-presidente fosse destituída do cargo, mas mantivesse seus direitos políticos.

LEIA MAIS: » “Temer tem uma dívida comigo”, diz Janaína Paschoal » Janaína Paschoal é chamada de golpista em aeroporto de Brasília Janaína entende que Dilma deveria perder seus direitos políticos, mas avalia que a petista já foi devidamente punida. “O fatiamento aconteceu a pedido da defesa, então se respeitou a defesa e não desrespeitou a constituição.

Por isso, acredito que o supremo não pode alterar”, ressaltou a jurista.

Sobre sua vida pós impeachment, Janaína Paschoal afirmou que “não mudou muita coisa”. “Estou na expectativa que o novo governo dê certo e estou torcendo porque foi um processo sofrido para mim e para o País”, Sobre as manifestações e troca de farpas entre governo e oposição, a jurista afirma que a “onda de violência” não chegou até ela. “Pessoas só me param pra agradecer e tirar selfie.

Não estão me chamando de golpista pela rua.

Recebo e-mails malcriados mas não chegam a um porcento das mensagens de afeto”, disse.

INSATISFEITA Na última semana, Janaína se mostrou insatisfeita com a decisão de várias associações e partidos políticos ingressarem no STF contra a decisão do Senado Federal de fatiar a votação do impeachment.

Para ela, essa é uma questão menor e pode pôr em risco todo o julgamento. » Janaína Paschoal admite ter recebido R$ 45 mil do PSDB » Vídeo: Janaína Paschoal agradece aos pernambucanos por “apoio” Em seu perfil no Twitter, a jurista fez apelos diretos aos senadores. “Eu peço, pelo amor de Deus, que quem já impugnou o julgamento do Senado, desista das medidas interpostas.

Eu peço, pelo amor de Deus, que os partidos que ainda não impugnaram, não interponham nenhum tipo de medida.” Janaína disse que os senadores estão “cegos pela vaidade” e alerta que os recursos são uma maneira de pedir que o STF interfira na soberania do Senado Federal.

No total, foram 11 ações contra o fatiamento da votação foram protocoladas no Supremo. » Discurso pró-impeachment de Janaína Paschoal vira meme nas redes » “O problema foi ousar questionar o Deus do petismo”, diz Janaína A advogada acredita que a provocação à Corte pode levar à uma decisão de anular toda a votação, e não apenas a votação que permitiu que Dilma ocupasse funções públicas. “Se o impeachment for anulado, ainda que se marque novo julgamento, Dilma voltará imediatamente para o poder, pois terão passado os 180 dias”, relembrou.

Se o impeachment for anulado, ainda que se marque novo julgamento, Dilma voltará imediatamente para o poder, pois terão passado os 180 dias — Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 2 de setembro de 2016