O presidente Michel Temer demitiu, nesta sexta-feira (9), o advogado Fábio Medina Osório da Advocacia-Geral da União e nomeou, para seu lugar, Grace Maria Fernandes Mendonça, que desde 2003 ocupava o cargo de secretária-geral de contencioso, órgão da AGU.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.
Paulo, o nome dela contou com o apoio dos ministros do STF Gilmar Mendes e Carmen Lúcia.
Grace Mendonça será a primeira mulher a ocupar um cargo no primeiro escalão do governo Temer. À Folha, Osório confirmou a demissão.
Ele disse ter sido informado por telefone e que a escolha foi “política” do governo.
O Palácio do Planalto já havia confirmado nesta manhã, por meio de nota, o convite de Temer para que a Grace assuma “o honroso cargo” de Advogado-Geral do União (AGU).
A informação foi antecipada por Vera Magalhães, colunista do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Segundo fontes do Planalto, Temer esteve pessoalmente com Grace nesta manhã em seu gabinete e falou com Osório apenas por telefone.
Na nota, o presidente agradeceu “os relevantes serviços prestados pelo competente advogado”.
Com a substituição, Temer pretende resolver dois problemas: inclui a primeira mulher no primeiro escalão do governo e tira um ministro que, além de ter um trabalho que vinha sendo contestado pelo governo, teve uma conversa classificada por alguns interlocutores como “dura” com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Grace Mendonça é funcionária de carreira da AGU e responsável pelo acompanhamento das ações no Supremo Tribunal Federal.
O governo não conta mais com a AGU como ministério, mas vai enviar uma PEC ao Congresso para garantir que o Advogado-Geral da União tenha as mesmas prerrogativas de ministro.
Problemas Além dos problemas com Padilha, Osório deixa a pasta “pelo conjunto da obra”.
Uma das primeiras críticas a ele foi o fato de ele ter sugerido estratégias que se revelaram ineficientes e equivocadas no caso da substituição do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ricardo Melo, no início da interinidade do presidente Temer, o que gerou uma série de problemas ao governo na estatal.
Tais questões estão, aparentemente, resolvidas com a suspensão da liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli, do STF, permitindo que Melo se mantivesse à frente da presidência da empresa.
Pouco depois, desagradou também ao Planalto a iniciativa de Osório de investigar a atuação de seu antecessor, José Eduardo Cardozo, criando mais uma frente de atrito.
Além disso, ele teria “atropelado” seu padrinho, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, marcando uma “reunião de emergência” com Temer para despachar assuntos de rotina.
Com informações da Agência Estado