Fernando Castilho, em seu blog No período de 10 anos, quando a crise do Estado se agravou, especialmente nos últimos quatro anos, os custos dos servidores para o contribuinte (Executivo, Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas) tiveram um comportamento crescente em relação ao aumento das despesas, independentemente das receitas.

Pouca gente percebe, mas pela Constituição do Estado, cada um dos poderes tem percentuais fixos no Orçamento Geral do Estado e cada um cuidou de gerenciar salários de forma autônoma, sempre em função do que tinham garantido, sem cuidar muito do que poderia acontecer no futuro.

Não houve muita preocupação com o equilíbrio das contas em relação ao futuro e parece claro que mesmo os órgãos que cuidam dos controles das despesas ampliaram seus rendimentos em relação aos salários pagos.

Certamente pela situação conjuntural de receitas crescendo acima da inflação, especialmente o ICMS.

Uma comparação entre os orçamentos do governo do Estado de 2006 e 2015, quando o IPCA cresceu 77,21%, mostra que o Legislativo foi o campeão de aumento das despesas.

No período, o salário médio do poder subiu 234,70%, saindo de R$ 4.649,27 para R$ 15.978,79.

Mas isso aconteceu também no Tribunal de Contas, onde o aumento foi de 152,10%, quando o salário médio foi de R$ 8.486,13 para R$ 21.394,67.

O Executivo, também, teve aumento (167,96%), saindo de R$ 1.361,30 para R$ 3.647,70.

Isso não quer dizer que o Ministério Público (32,14%) e o Judiciário (48,52%) não tenham corrigido salários.

Eles cresceram com contratações.

Em 10 anos, o MPPE saiu de 636 servidores para 1.058.

Enquanto o Judiciário foi de 3.426 servidores para 7.270.

A evolução dos salários, que hoje trava a negociação dos governadores em relação a suas dívidas, pode ser constatada numa consulta aos projetos de lei que estabeleceram as diretrizes orçamentárias do Estado.

Em 10 anos, quando o IPCA subiu, como se disse, 77,21%, os salários dos servidores subiram 157,20%.

Mas curiosamente o Executivo tinha, em 2015, menos servidores ativos (95.239) que em 2006 (107.224).

Desses, 19.299 eram militares, um número que, em 10 anos, foi a 22.437.

A explicação dessa realidade no Executivo está nos aposentados.

Em 2006, Pernambuco tinha 47.217 aposentados.

Em 2015, subiu para 62.688 pessoas.

Isso na prática quer dizer que no futuro o peso dos aposentados vai se tornar um problema pois o pagamento deles é feito sob regime de caixa.

Ou seja, apesar do fundo de pensão o caixa é gerado pelo contribuinte ainda é quem banca a conta O problema é que além dos gastos com pessoal, os Poderes se utilizam de subterfúgios para fugir ao teto imposto pela Constituição Federal.

Especialmente quando passaram considera como indenização benefícios em cargos comissionados.

Isso acontece especialmente na Alepe, onde as gratificações dos cargos comissionados agora são indenizatórias.

Mas também no TCE é indenizatória a gratificação por localização.

Ou seja, para trabalhar no interior o servidor do TCE tem todo mês uma indenização.

Esses subterfúgios para melhorar os salários também existem nos demais poderes.

No TJPE e MP existe o auxílio­moradia a juízes e promotores e verba indenizatória.

O Judiciário e o MP abriram novos postos para ingresso em comarcas e isso se por um lado fez com que a justiça chegasse a mais cidade com maior número de servidores eles também forma indenizados por isso. É certo que a oferta de serviços aumentou, mas é preciso observar que o salário médio do TJPE e MPPE é maior que no Executivo, inclusive, no nível médio.

Mas o Executivo também transformou a gratificação por exercício de cargos de chefias dos fazendários em verba indenizatória no governo João Lyra.

De qualquer forma, é importante dizer que a Secretaria do Tesouro Nacional lista Pernambuco com o 4º menor gasto relativo com pessoal do Brasil.

Mas há curiosidades com aposentados.

Em 2015, no TCE, o salário médio era de R$ 27.090,56, no MP, R$ 26.766,05, na Alepe, R$ 18.016,69, no TJPE, R$ 12.598,73, e no Executivo, R$ 3.587,30.

Há dados incessantes.

Na média os salários dos aposentados do Legislativos subiram em 10 anos 220,03% embora o número de aposentados tenha caído de 236 para 194 servidores.

Por sua vez o número de pensionista que baixou de 186 para 181 pessoas registrou um aumento de 264,84% no período de uma década.