Estadão Conteúdo - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), demonstrou determinação para enxugar a pauta do Senado nessa quinta-feira, 8.

Além de votar as medidas provisórias 726 e 727, ele também quer apreciar os requerimentos de urgência para antecipar a votação do reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República.

Renan considerou a possibilidade de, caso os requerimentos de urgência serem aprovados, colocar em votação ainda nessa quinta-feira os projetos de reajustes.

Ele minimizou a intenção da bancada do PT de obstruir a votação das MPs, enquanto o PSDB promete obstruir a votação dos requerimentos. “É regimental”, disse. » Dilma critica reajustes concedidos por Temer para servidores Nessa tarde, Renan recebeu a ministra Carmen Lúcia, que assumirá a presidência do Supremo na próxima segunda-feira, 12.

Ele negou que a ministra tenha tratado do projeto do reajuste.

Ela entende que essa é uma questão que deve ser tratada com o atual presidente", disse.

Segundo Renan, Carmen Lúcia veio entregar o convite para sua cerimônia de posse, da qual participará “com muito prazer”.

O presidente do Senado disse não ter uma opinião sobre o reajuste dos ministros do STF, mas avaliou que esse subsídio poderia ser separado do salário das demais carreiras da administração pública no Judiciário.

Atualmente, o salário dos ministros do Supremo representa o teto do Judiciário, de modo que possíveis reajustes causam um efeito cascata também nas carreiras de juízes federais e estaduais.

Apesar de não ter entrado em detalhes sobre a pauta de votações do Senado na próxima semana, Renan garantiu que a Casa não deve parar e vai apreciar propostas independentemente da votação de cassação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está agendada para a próxima segunda-feira.

DRU Renan anunciou ainda a convocação de uma sessão conjunta, às 19h, para promulgar a emenda constitucional que recria a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até o final de 2023.

A última autorização para a DRU venceu em 31 de dezembro de 2015.

A sessão solene vai ocorrer no plenário do Senado.

A emenda também prevê que a criação de uma espécie de DRU para Estados e municípios - chamadas de DRE e DRM, respectivamente - nos mesmos termos, mas prevendo explicitamente que o remanejamento não pode afetar recursos destinados a saúde e educação.