O candidato do Partido Verde à sucessão municipal, Carlos Augusto, ao percorrer as ruas do Coque, reclamou da escassez de coleta e disse que, na gestão atual, “o lixo virou paisagem” na capital. “Enquanto 6 mil pessoas vivem do recolhimento de material reciclável na Região Metropolitana, a cidade perde por mês cerca de R$ 5 milhões com descartes que poderiam ser comercializados para reciclagem.
Na verdade, só um por cento do nosso lixo é reaproveitado”, acusou.
A destinação correta e o aproveitamento do lixo é uma das prioridades do Partido Verde”.
Além do lixo acumulado pelas ruas, o candidato disse que a militância defrontou-se com crianças brincando no meio do esgoto a céu aberto, como foi observado no Beco Sítio Novo. “Segundo os moradores, durante as chuvas, os dejetos se misturam com a água da enxurrada e entram pelas casas.
Aqui é tudo água de fossa estourada.
Sou fundadora dessa comunidade e com o passar dos anos, a coisa só piora”, disse Marly Cadete Gomes da Silva.
Quando o inverno vai chegando, a situação vai piorando”, afirmou. “A situação desse Beco é tão feia que ele nem nome tem mais.
Chamam Beco do Lixo, Beco do Rato, Beco do Gabiru, Beco do Fuá, aqui nada presta”, contou. “Em cada casa que visitava, tomei conhecimento de histórias dramáticas, de filhos ou maridos assassinados, de avós tomando conta dos netos por conta do vício dos filhos, ou ainda de pessoas com graves problemas psicológicos, depois que presenciaram cenas de violência.
Foi o que ocorreu com o filho de Maria José Lopes da Conceição.
O mais velho foi assassinado na frente do caçula.
Desde que assistiu ao homicídio, que o rapaz, hoje com 20 anos, sofre de problemas psicológicos graves.
Ele nunca se recuperou, depois que viu o irmão ser morto com dez tiros, quase em frente de casa”.
Carlos Augusto disse que regiões como o Coque necessitam de tratamento diferenciado. “O Coque é uma área difícil, de muitos dramas pessoais, com muitas histórias tristes de vidas muito duras, de mães que perderam filhos, avós que perderam ne tos, de muitas famílias cujos filhos estão nas ruas.
Mas felizmente, há esperança, e pessoas que se dedicam à comunidade, como é o caso de Renê, que faz trabalho social aqui”, disse Carlos Augusto, referindo-se à candidata à Câmara Municipal. “Há condições de requalificar o bairro e suas habitações, que inclusive já há projeto pronto sobre isso, assinado pelo arquiteto e urbanista Zeca Brandão.
Precisamos finalizar esse trabalho, e ele mostra que há caminhos”, disse Carlos Augusto.