Além de pautas e propostas locais, a sabatina na Rádio Jornal com a candidata do PSTU à Prefeitura do Recife, Simone Fontana, nesta quarta-feira (7), uma semana após o impeachment, falou sobre a política nacional.
A postulante, que usava um adesivo reivindicando a saída do presidente Michel Temer (PMDB) e usa parte dos seus poucos segundos de guia eleitoral para falar “Fora Temer”, voltou a defender que o peemedebista deixe o cargo.
Considerou, porém, que o retorno de Dilma Rousseff (PT) não é a solução para a crise política, defendendo eleições gerais. “O PT não é aliado dos trabalhadores”, explicou. “A trajetória do PT como um partido para os trabalhadores se encerrou, infelizmente, quando começou a fazer alianças com a burguesia e com os partidos de direita, que no fim acabaram provocando a saída de Dilma”, argumentou.
LEIA TAMBÉM » Em sabatina, candidata do PSTU no Recife propõe “Uber público” » Candidata do PSTU no Recife defende em sabatina que prefeitura assuma distribuição de drogas para reversão de danos A candidata do PSTU comentou ainda os recentes protestos contra o governo Temer, em que policiais militares têm sido acusados de agredir manifestantes e esses, por sua vez, de promover depredações. “Eu me choco mais com a ação da polícia, com com a bomba de gás lacrimogênio.
Muitas ações são feitas primeiramente pela polícia.
A gente vê nas comunidades aquelas mulheres correndo com crianças”, afirmou. “Não é uma orientação do pstu jogar pedra, depredar, nunca foi.
Acredito que isso às vezes afasta alguns manifestantes”, defendeu.
Geraldo Julio e João Paulo Simone Fontana fez críticas também ao candidato do PT no Recife, o ex-prefeito João Paulo. “Tanto Geraldo Julio (atual prefeito, que tenta a reeleição pelo PSB) quanto João Paulo atacaram os trabalhadores.
João Paulo foi eleito pela expectativa da classe”, afirmou, dizendo que a expectativa foi frustrada.
A candidata acusou o petista de demitir uma sindicalista e de não promover o reajuste salarial esperado para os servidores. “Geraldo Julio foi aprofundando os ataques que João Paulo fez”, disse.
A candidata adiantou que, se a eleição for para o segundo turno, não apoiará nenhum dos candidatos. “A gente participaria da eleição chamando a organização da classe ao voto nulo”, afirmou. “A mudança mesmo não vai ser via eleição, mas pela luta da classe trabalhadora”, acrescentou.
Escola sem partido Professora e sindicalista, Simone Fontana foi perguntada sobre o projeto de “Escola Sem Partido”, o projeto de lei 867/2015, para proibir a abordagem de política nas escolas.
A candidata define como a “lei da mordaça”. “É um retrocesso não discutir política na escola quando a educação é um ato político”, afirmou.
Para ela, a preocupação dos defensores vem do fato de estudantes serem apoiadores dos professores em movimentos grevistas, por exemplo, como aconteceu na mobilização em Pernambuco e com a ocupação de escolas em São Paulo. “A sala de aula é o espaço de exposição dos embates sociais”, disse.