O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) disse à Rádio Jornal, do Recife, nesta quarta-feira, que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pode se safar de uma condenação, no julgamento marcado para a próxima segunda-feira, na Câmara dos Deputados.

O deputado afastado ainda não informou se vai comparecer à sessão.

Ao desenvolver sua tese à respeito do que pode ocorrer, na próxima semana, Caiado voltou a lembrar o desfecho do julgamento de Dilma, no Senado, na semana passada. “No Senado, houve um ajeitamento desrespeitoso à Constituição que beneficiou a presidente Dilma.

A Câmara pode editar algo parecido, com a cassação do mandato, mas sem que seja inabilitado.

Com isso, poderia ser nomeado para outro cargo, fora da primeira instância.

Por isto, o que ocorreu no Senado precisa ser realçado, mudou-se a Constituição brasileira”, declarou.

Ronaldo Caiado disse que o primeiro desafio será ter quórum para a votação.

São necessários 257 votos, para cassar o parlamentar, acusado de quebra de decoro, por ter supostamente mentido aos pares, ao negar ter contas nó exterior.

Na mesma entrevista, o senador do Democratas rebateu a ideia de que, caso Eduardo Cunha não seja punido, o caso possa ser jogado na conta do governo Temer. “Primeiro, não concordo com a terceirização de responsabilidades.

Ele tem que provar que teve ingerência do governo.

Cada um deve assumir suas responsabilidades.

Não tem ninguém menor de idade (na Câmara dos Deputados)” Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que marcou para as 19 horas da próxima segunda-feira, 12, a sessão extraordinária de votação do pedido de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na sessão, o primeiro a falar será o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

Ele terá até 25 minutos de fala.

Em seguida, o advogado da defesa e Cunha também terão o mesmo tempo para se pronunciar no plenário.

A Câmara tenta, desde a última sexta-feira, 2, notificar o peemedebista, mas ainda não conseguiu.

Caso não consiga em três tentativas, a notificação será publicada no Diário Oficial da Câmara.

Após a fala do relator e da defesa, os deputados começarão a votar eletronicamente e de forma aberta.

Não está previsto encaminhamento de voto.

Durante toda a sessão, porém, parlamentares podem levantar questões de ordem sobre o rito da votação.

Na segunda-feira, aliados de Cunha planejam apresentar uma série de questionamentos no plenário da Câmara para tentar adiar a votação do pedido de cassação do peemedebista.

O adiamento pode beneficiar o deputado afastado.

Isso porque pode levar à votação para depois das eleições, quando é mais fácil deputados votarem abertamente a favor do peemedebista, sem temer prejuízos eleitorais.