Em mais um episódio da queda de braço entre a polícia e o governo estadual, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou, em nota divulgada nesta segunda-feira (5), que a decisão de delegados de polícia que não trabalharão mais no Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES) “deverá trazer aumento nos índices da criminalidade a médio prazo”.

Depois, reformou a nota e retirou a frase, colocado-a no passado. “A SDS lembra que a mobilização dos profissionais de segurança tem natureza salarial, num momento de grave fragilidade econômica dos Estados brasileiros.

Este movimento já foi realizado no segundo semestre do ano passado, e foi um componente do aumento nos índices da criminalidade no final de 2015”, afirmou a nova versão.

Na última semana, o presidente da Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, anunciou que mais de 200 delegados de polícia não trabalharão mais no PJES.

Isto significa cerca de 90 delegacias fechadas em todo o Estado de Pernambuco. “A segurança pública do Estado tem como base de seu funcionamento o PJES, que nada mais é que um programa de pagamento de horas extras que não remunera corretamente os servidores”, disse Francisco Rodrigues, que lembrou a situação de muitos policiais civis, “sobrecarregados de cotas do PJES”. » Em Pernambuco, delegados de polícia recusam-se a fazer plantões extras e prometem que 90 delegacias vão fechar A SDS amenizou e afirma que vem acompanhando diariamente o movimento dos delegados. “Houve prejuízo em algumas cidades do interior, mas o plano de contingência previamente elaborado e colocado em prática tem sido até agora suficiente para não trazer transtornos mais graves à sociedade”, diz a Secretaria.

Confira a primeira nota da SDS na íntegra: A Secretaria de Defesa Social – SDS informa que vem acompanhando diariamente, em conjunto com a Polícia Civil, o gerenciamento dos plantões das delegacias do Estado, após o início do movimento dos delegados, com a não adesão ao Programa de Jornada Extra de Serviço – PJES, que é voluntário.

Houve prejuízo em algumas cidades do interior, mas o plano de contingência previamente elaborado e colocado em prática tem sido até agora suficiente para não trazer transtornos mais graves à sociedade.

A SDS lembra que a mobilização dos profissionais de segurança tem natureza principalmente salarial, como já foi realizado nesses moldes no segundo semestre do ano passado, e deverá trazer aumento nos índices da criminalidade a médio prazo.

Não obstante os prejuízos a segurança da população, o Governo do Estado, como sempre, está aberto ao diálogo com a categoria.