Estadão Conteúdo - Internautas brasileiros contrários ao impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff dominaram os comentários na página no Facebook do G-20, com dezenas de milhares de comentários contra o presidente Michel Temer.

A foto em que o brasileiro aparece ao lado do líder chinês, Xi Jinping, foi alvo de um “vomitaço” que tinha adesão de mais 170 mil pessoas até a publicação desta reportagem.

As mensagens, contudo, não se restringiram a fotos relacionadas ao Brasil.

Os críticos do afastamento de Dilma deixaram milhares de comentários em todos os posts do G-20, com defesa da ex-presidente e ataque ao sucessor. “Não reconheço Michel Temer como presidente nem aqui nem na China”, dizia um deles.

A imagem da petista aparecia com a legenda “esta é a verdadeira presidente do Brasil”.

Outros postaram vídeos do protesto contra o peemedebista realizado no domingo na avenida Paulista. 1 - 2 - 3 - 4 - Para atingir o público estrangeiro, muitos publicaram o slogan “stop coup in Brazil” (“interrompam o golpe no Brasil”).

Alguns internautas escreveram textos em inglês questionando a legitimidade de Temer.

Também há comentários que apresentam a foto oficial do evento - com Dilma no centro - ao lado da que mostra Temer na extrema direita dos 20 líderes reunidos em Pequim.

As imagens eram acompanhas das legendas “quando você é legítimo” e “quando você é golpista”, com flechas apontando Dilma e Temer.

O post do G-20 com a imagem dos presidentes recebeu 3.000 comentários, quase todos de brasileiros contrários ao impeachment.

O Facebook é bloqueado na China, mas os participantes do encontro e jornalistas que o acompanharam puderam ter acesso à mídia social.

Cada um recebeu uma senha específica e foi alertado de que seria responsável pela movimentação online realizada com sua identificação.

Qualquer conexão à internet fora da rede do G-20 não tinha acesso ao Facebook, Twitter, Youtube e Instagram, sites proibidos na China.

A única maneira de acessá-los normalmente é com o uso de VPNs -Virtual Private Networks, que “driblam” a censura chinesa.