Blog de Jamildo, Estadão Conteúdo, Agência Brasil e AFP - Manifestantes se reuniram neste domingo (4), quatro dias após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), para protestar contra o governo Michel Temer (PMDB) em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador.

No Recife, um ato foi marcado para o dia 7 de setembro.

A manifestação começou por volta das 15h30 na Avenida Paulista, em São Paulo. “O governo golpista de Michel Temer falou em cerca de 40 pessoas neste protesto.

Somos 100 mil pessoas”, disse Guilherme Boulos, da coordenação nacional do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), um dos organizadores do ato, em discurso por volta das 17h. “Quem acha que acabou não entende nada da história de resistência democrática deste país.” LEIA TAMBÉM » “Parece que são grupos mínimos”, diz Temer sobre protestos contra impeachment » Militantes protestam no Recife após impeachment de Dilma O protesto começou pacífico, com muitas famílias presentes no local.

A musicista Nina Blauth, de 53 anos, levou o filho Matias, de 5, para acompanhar o ato. “No dia em que houve o golpe, ele me viu triste e disse: ’não fica assim, mãe, a gente pode se manifestar e pedir pra mudar”, ela disse. “Esse é o momento de mostrar para ele que vivemos numa democracia e podemos sim lugar pelo que acreditamos em paz.” Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja - Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja - Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja - Foto: Eduardo Nascimento/Mídia Ninja Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja - Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja - Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja - Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja - Foto: Nunah Alle/Mídia Ninja Centenas de pessoas se reuniram também em frente ao Hotel Copacabana Palace, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Na primeira semana de interinidade já suspenderam com uma canetada a contratação de dez mil moradias nos país”, afirmou Victor Guimarães, representante do MTST. “Dez mil famílias inteiras tiveram o sonho da moradia interrompido por uma canetada.

Até hoje, não chamaram a gente para negociar, eles não conversam”, afirmou, referindo-se à linha do programa que repassava recursos para organizações sociais construírem os prédios e que foi suspensa.

Preocupada com o que chamou de retrocessos na educação, a jovem Maria Eduarda Luporini, de 16 anos também estava na manifestação.

Para ela, os anúncio de reformas, incluindo privatizações e cortes de gastos públicos levará o ensino público ao colapso, principalmente o ensino superior com o qual ela sonha. “Esse governo só vai acentuar os problemas do país, quem mais vai se prejudicar são os trabalhadores e o pobres”, disse.

Foto: Mídia Ninja - Foto: Mídia Ninja Foto: Mídia Ninja - Foto: Mídia Ninja Foto: Mídia Ninja - Foto: Mídia Ninja Teresinha Martins Sobral, de 83 anos, aposentada, afirmou olhar com desconfiança para o novo governo. “Um governo que chegou aonde está por cima do voto popular não é legítimo”, disse.

Ela acompanha a situação política do país e diz que é a mais grave pela qual já passou. “Já vi tantas coisas, mas de toda minha jornada de vida, isso é pior.

As perdas diante do que tínhamos conquistado, de direito, minha sobrinha agora mesmo estava me falando do corte de verbas nas universidades, ou seja, é um golpe sobre as conquistas recentes.” No Recife, protesto em 7 de setembro Um ato contra o governo Temer na capital pernambucana foi marcado pelas redes sociais para o feriado da Independência, na próxima quarta-feira (7).

A manifestação será na Praça do Derby, onde militantes se reuniram também no dia em que o Senado votou o impeachment de Dilma, a partir das 9h.

Contra Cristovam Buarque Um grupo de manifestantes pró-Dilma Rousseff protestou na manhã deste domingo, 4, na quadra onde mora o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), em Brasília.

Segundo a assessoria do senador, os manifestantes ameaçam invadir o prédio da residência de Cristovam.

Eles reclamaram contra o parlamentar porque ele votou a favor do impeachment de Dilma, decidido pelo plenário do Senado no dia 31 de agosto, por 61 votos a 20.

Apesar das ameaças, não houve invasão e o protesto já terminou.

Segundo a assessoria de Cristovam, os manifestantes prometeram voltar outras vezes. » Favorável ao impeachment de Dilma, Cristovam Buarque é hostilizado no Senado » Ministro da Cultura é chamado de “golpista” em festival.

Calero se diz alvo de agressão » Cristovam Buarque declara voto pelo impeachment: “Acho uma temeridade a volta de Dilma” O senador, que foi ministro da Educação no Governo Lula e foi demitido, desde então rompeu com a gestão petista.

Na última quinta-feira, Cristovam também foi agredido verbalmente por manifestantes enquanto presidia audiência pública da Comissão de Educação do Senado sobre a proposta conhecida como “Escola Sem Partido”.

A sessão contava com a presença de convidados de movimentos sociais organizados.

Sob gritos de “golpista” e “traidor”, Cristovam desistiu de presidir a reunião e acabou encerrando a sessão. “Fora Temer” em Paris Contrário ao impeachment de Dilma, o cantor Caetano Veloso se apresentou na última sexta-feira (2) em um festival em Paris.

Na plateia repleta de brasileiros houve protestos contra Michel Temer e o cantor também pediu a saída do presidente.

Veja o vídeo: *As fotos são do coletivo Mídia Ninja