Estadão Conteúdo - O apoio da maioria da bancada do PMDB do Senado à manutenção do direito de a presidente cassada Dilma Rousseff (PT) ocupar funções públicas terá de servir como um “divisor de águas” para o comportamento da base do governo Michel Temer no Congresso.

Esse é o discurso de líderes do PSDB, DEM e PPS ouvidos pelo Estado após a votação fatiada do impeachment.

Para eles, a partir de agora, a base terá de mostrar “unidade”.

LEIA TAMBÉM » Temer reclama de mudança de voto de aliados e diz: “Agora nós não vamos levar ofensa para casa” Segundo os líderes, os partidos da base terão de votar unidos sob pena de comprometer a aprovação das medidas do ajuste fiscal e, no limite, a aliança que sustenta o presidente até o fim e 2018. “Não conto com esse cenário (da base votando diferente), porque seria o esgarçamento da base na largada do governo efetivo.

A unificação da base tem que começar pelo PMDB.

Esse episódio do fatiamento tem que ser um divisor de águas, não pode alimentar o futuro”, disse o presidente do DEM, Agripino Maia (RN).

O primeiro teste para a unificação da base deverá ocorrer nesta semana, quando o Senado poderá votar os projetos de reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da República.

Peemedebistas se dizem favoráveis, mas tucanos e representantes do DEM cobram que o Planalto “enquadre” o PMDB e defenda a rejeição da matéria.

Confiança entre os aliados Na Câmara, o desafio do governo será aprovar a PEC do Teto, que limita o crescimento de gastos públicos.

O projeto está na Comissão Especial da Casa e o governo tem tentado impedir que haja “desfiguração na proposta”, com a exclusão da saúde, educação e funcionalismo público do teto.

O líder do PPS na Casa, Rubens Bueno (PR), disse que a discussão sobre eventuais mudanças na PEC do Teto faz parte desse “novo momento” da base aliada. “Tem que ter uma relação de confiança entre os aliados do governo Temer ou o PMDB terá de assumir a responsabilidade sozinho pelas suas decisões”. “Tem que ter uma relação de confiança entre os aliados do governo Temer ou o PMDB terá de assumir a responsabilidade sozinho pelas suas decisões.”