O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), esteve no Recife na noite desta sexta-feira (2) para reforçar pela primeira a campanha de rua da candidata do Democratas na capital pernambucana, a deputada estadual Priscila Krause.
Apesar de o foco no fim de semana ser a eleição, a um mês do pleito, o impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT) esteve na pauta, assim como as críticas ao partido dela. “Se tem uma coisa que o PT sabe é fazer oposição e se tem uma coisa que o PT não sabe é governar.
Eles vão cumprir a missão que eles cumprem com maior tradição, que é ser oposição”, disparou Mendonça.
No primeiro pronunciamento após o impeachment, Dilma convocou deputados e senadores que eram da sua base aliada a fazer forte oposição ao governo Michel Temer (PMDB).
O líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa, com quem o ministro tem trocado farpas pela imprensa, também adiantou que a oposição será incisiva.
Mendonça Filho afirmou que considera esse posicionamento natural. “Democracia pressupõe um lado forte, o governo, e outro lado também muito forte, que é a oposição”, argumentou.
LEIA TAMBÉM » Projeto de lei prevê multa de R$ 3.830 para pedestre que bloquear trânsito sem autorização “Eu espero apenas o seguinte: que o aprendizado de um governo petista leve para eles na oposição a missão de exercer com fidelidade à verdade, e não com mentiras e engodos”, disse.
Mais cedo, classificou como uma “mentira” a afirmação de Humberto Costa de que a pasta que ele comanda é um “cemitério de políticas públicas”. “Agindo com seriedade e com responsabilidade, podem exercer a função com dureza com rigidez e com coerência”, opinou o ministro.
Impeachment Dois dias depois da votação que tirou Dilma Rousseff do cargo, Mendonça Filho defendeu o processo, alegando que ele “se deu dentro das bases constitucionais”.
O ministro classificou, porém, como uma “aberração” o fatiamento da votação, mantendo os direitos políticos da petista. “Qualquer pessoa o mínimo de conhecimento de direito sabe que não dá para você separar o texto constitucional por um destaque.
Se fosse assim, a Constituição seria dilacerada por todas as vontades para descumprir um item da Constituição.
A pena que a perda do cargo impõe também a condição de que a presidente punida com tal sanção fique inabilitada para função pública.
Mas o importante é que o Brasil também virou a pagina.
Ela está afastada e não voltará mais”, afirmou. “Agora cabe ao presidente Michel Temer unir o País e iniciar um lento, mas, se Deus quiser, vigoroso processo de recuperação para gerar empregos e bem-estar para a população, que sofreu muito nos últimos dois anos, na maior recessão da história do Brasil”, disse ainda.
Na primeira reunião ministerial após ser empossado, ainda na tarde de quarta-feira (31), o agora presidente afirmou aos aliados que não admitissem a pecha de “golpista” que ganharam com o impeachment, o que Dilma considerou o início de um processo autoritário. “Eu acho que a ex-presidente Dilma ainda não se achou do ponto de vista, digamos, de nova realidade.
Depois de ter deixado o poder mostrando que o seu governo foi caracterizado pela incompetência, por ter jogado o Brasil na maior recessão da história, com 12 milhões de desempregados, o País todo sofrendo bastante, empresas quebrando e a população mais pobre sofrendo as consequências mais perversas”, concluiu Mendonça Filho.