Horas após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) com o apoio de senadores do PSB, o partido emitiu uma nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.

O Partido Socialista Brasileiro tem o pernambucano Fernando Filho no primeiro escalão no governo Michel Temer (PMDB), na pasta de Minas e Energia.

O partido - do prefeito Geraldo Julio e do governador Paulo Câmara - foi da base aliada nas duas gestões do governo Lula (PT) e no primeiro mandato de Dilma, mas deixou a gestão em 2013, indicando voto pelo impedimento.

Leia a nota: “Nesta quarta-feira, o Senado Federal adotou uma decisão histórica para o país.

Pela segunda vez, nesses 30 anos de democracia, o Senado aprova o impeachment de um presidente da República.

Isso reflete o amadurecimento da nossa democracia, que permitiu que a voz de milhões de brasileiros e de brasileiras fosse ouvida e absorvida pelo Congresso Nacional.

Destaco e parabenizo a posição amplamente majoritária dos parlamentares do PSB, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em favor do impeachment da presidente, de acordo com decisão da Executiva Nacional do partido.

Um processo transcorrido dentro das regras constitucionais e legais, que asseguraram o amplo direito de defesa.

Mesmo assim, alguns ainda falam em golpe parlamentar, mas esses que hoje reagem dessa forma são os mesmos que votaram pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, no início da redemocratização do nosso país.

A narrativa do golpe é inteiramente descabida.

O impeachment da presidente nasceu das ruas, inconformadas com um governo que cometera estelionato eleitoral e que, por isso, perdera sua credibilidade.

Ao assumir, tenta implantar um programa eleitoral diferente do que apresentara e se revela incapaz de governar.

A ausência de diálogo político e de popularidade do então governo leva o país a mais grave crise da história republicana – visto que se somam aspectos políticos, econômicos, federativos e éticos -, e deixa uma herança, esta sim maldita, de recessão, carestia e desemprego que já atinge mais de 12 milhões de trabalhadores.

Lamento, profundamente, que durante os mais de 13 anos de governo este não tenha sido capaz de fazer sequer uma reforma estrutural.

Não fez a reforma política, nem a tributária, tampouco a reforma urbana ou a agrária.

Tudo ficou mais ou menos como estava antes, em 2002.

Assim, perdeu-se um capital político extraordinário que havia no início do governo, em 2003.

Mas, na verdade, essas são lutas que seguem, que nós não podemos abandonar.

Temos que lutar pelos direitos sociais e pelas reformas estruturais, e essas reformas serão sempre as bandeiras do PSB.”