Dono de um dos 20 votos que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu contra o impeachment, o senador pernambucano Armando Monteiro (PTB) ironizou nesta quarta-feira (31) os parlamentares que aprovaram a perda de mandato da petista, mas mantiveram os seus direitos políticos, ao contrário do que aconteceu com o ex-presidente - e agora também senador - Fernando Collor (PTC-AL), que ficou inelegível por oito anos quando foi afastado definitivamente. “Foi uma forma de aplacar a consciência daqueles que não se sentiram confortáveis em cometer a violência completa”, disparou o petebista, que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no segundo mandato de Dilma.
Armando Monteiro também criticou a aprovação do impeachment, que considerou “um grave precedente”. “Uma ruptura institucional que pode desestabilizar o sistema político brasileiro, uma nódoa no regime democrático”, afirmou.
Retomando os seus últimos discursos no plenário da Casa, ainda durante o julgamento de Dilma, defendeu que sejam aprovadas medidas de controle dos gastos públicos e as bases de um novo regime fiscal, com o objetivo de equilibrar as contas públicas em períodos de crise econômica. “O impeachment é um episódio passado. É hora, a partir de agora, de pensarmos no país, que está enredado numa grave crise econômica”, declarou após a votação.
Armando Monteiro afirmou que o Senado deve se debruçar sobre as reformas econômicas “com a mesma energia que dedicou ao processo de impeachment”.