A Praça do Derby, na área central do Recife, foi o lugar escolhido pelos militantes a favor de Dilma Rousseff (PT) para protestar contra o impeachment, após a aprovação do afastamento definitivo da petista.
Além de se manifestar contra o resultado do processo, dezenas de pessoas levaram cartazes contra o governo Michel Temer (PMDB), agora definitivo.
O ato no Recife foi um dos vários que aconteceram pelo Brasil.
Em São Paulo foram registrados os confrontos mais violentos entre manifestantes e PMs.
Iniciado por volta das 14h30 na Praça do Derby, os manifestantes ficaram entoando palavras de ordem contra o governo peemedebista e em apoio da presidente Dilma.
Por volta das 18h, foram para a avenida Agamenon Magalhães e por lá permaneceram por aproximadamente uma hora e meia bloqueando os dois sentidos da via.
Acompanhados por PMs e homens da CTTU, mesmo com o clima de tensão entre eles, não houve nenhum tipo de conflito físico.
Mas isso não impediu que o trânsito ficasse travado nos dois sentidos da via.
Alguns incidentes aconteceram quando motociclistas tentaram romper uma das duas barreiras humanas que os manisfestantes fizeram.
Quando isso acontecia, palavras como “golpistas” eram dirigidas contra os condutores e estes respondiam comumente com “vagabundos”.
Mas sem nenhum atrito mais grave, mesmo quando os manifestantes colocaram fogo na pista local no sentido Olinda da avenida Agamenon Magalhães, do lado oposto da Praça do Derby.
Manifestantes colocaram fogo na pista local sentido Olinda da Agamenon #impeachment “Fora Temer”, gritam pessoas na Praça do Derby.
Vão sair em caminhada às 18h30. pic.twitter.com/E8qR0Wv4Ep — Blog de Jamildo (@blogdejamildo) 31 de agosto de 2016 Cortes na Educação e o ministro da Educação, o pernambucano Mendonça Filho, foram outros alvos do ato na capital pernambucana. #impeachment O ato no Derby reúne diferentes pautas.
Uma delas é a alegada " falta de verbas para educação". pic.twitter.com/dGjYiKlLuN — Blog de Jamildo (@blogdejamildo) 31 de agosto de 2016 A presença de políticos foi tímida.
Esteve presente, este ainda na concentração, o deputado estadual e candidato à Prefeitura do Recife Edilson Silva (PSOL), que condenou o impeachment mas criticou os erros do PT, que não “teria promovido nenhuma das reformas prometidas”.
O outro foi o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, que seguiu caminhando pela Conde da Boa Vista.
O petista definiu como “um dia sombrio para a democracia”, o impeachment de Dilma.
O estudante Ícaro Soriano foi um dos foram à Praça do Derby por causa do impeachment. Ícaro afirmou que sentiu revolta com o resultado da votação no Senado. “A vontade do povo não foi ouvida”, disse.
Foto: Marcos Oliveira/NE10 Após saírem da Agamenon, os manifestantes seguiram em caminhada pela avenida Conde da Boa Vista, por volta das 19h50, ocupando o sentido Centro, que já havia sido isolado pela CTTU, com o tráfego direcionado para as ruas transversais.
Na via, o ato foi pacífico, mas um grupo encapuzado caminhava à frente do grande grupo pixando palavras de ordem nos muros dos prédios e tocando fogo em lixos dos edifícios.
Quando o grupo maior se aproximava, pessoas dele iam apagando os focos provocados.
Por volta das 21h, no cruzamento entre a Conde da Boa Vista e a Rua da Aurora, os manifestantes se sentaram, entoaram as palavras de ordem contra Temer e encerraram o ato prometendo mais ações contra o “governo golpista”.
Um grupo de pixadores seguia à frente dos outros manifestantes escrevendo palavras de ordem nos muros dos prédios A Praça do Derby já havia sido o lugar escolhido para outros protestos a favor de Dilma durante o processo de impeachment.
Há até uma proposta para chamá-la de Praça da Democracia.
PROTESTOS PELO PAÍS Contrários ao impeachment realizam protestos em ao menos dez Estados, fora o Distrito Federal, na tarde e noite desta quarta-feira.
Os maiores aconteceram em São Paulo, onde os manifestantes tomaram parte da Avenida Paulista e houve confronto com a PM.
Pró-impeachment sem quórum Integrantes do Vem Pra Rua, movimento a favor do impeachment, convocou um “foguetaço” no Segundo Jardim da Avenida Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, onde costumavam protestar pelo afastamento de Dilma.
O ato foi chamado para as 14h, mas não houve quórum.
Apenas as lideranças soltaram fogos e comemoraram o resultado da votação no Senado.
Em outros bairros da Região Metropolitana, como Ouro Preto e Espinheiro, foram ouvidos fogos.