“Não existe contradição entre uma política fiscal responsável e programas sociais”.
Foi o que defendeu o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB) na tribuna do Senado, já na madrugada desta quarta-feira (31), na fase de discussão do julgamento do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
O parlamentar foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato da petista, mas a acusou de crime de responsabilidade e fez críticas ao seu governo, defendendo, porém, o ex-presidente Lula (PT).
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Para isso, usou o nome do ex-governador Eduardo Campos (PSB), alegando que, em 2013, quando ele, como presidente da legenda, decidiu que deixaria a base aliada do governo, indicava erros na área. “A nossa participação jamais foi desprovida de senso crítico.
Temos que ter coerência e fidelidade à história do partido”, disse. “Hoje fica claro que a pecha de pessimistas que nos imputaram durante as eleições 2014 era equivocada e injusta”, acrescentou.
O senador citou as chamadas “pedaladas fiscais”. “Ao apelar pela contabilidade criativa, mascarando as contas públicas, o governo Dilma tentava passar a impressão de que o Brasil seguia o mesmo ritmo do governo Lula”, disse, classificando como “postura inadequada” que gerou uma “recessão econômica sem precedentes”. “O cenário econômico desastroso já era de conhecimento do poder Executivo em meados de julho de 2015”, afirmou, citando o projeto de lei de número 5, proposto por Dilma no ano passado, para reduzir a previsão de superávit.
O senador concluiu a sua fala ressaltando que considera o governo Michel Temer (PMDB), se aprovado o impeachment, de transição para o “fortalecimento das nossas instituições e do regime democrático”, nas palavras dele.
Nomes do PSB Nacional já defenderam que o partido volte a ter candidato próprio nas eleições de 2018.