“Políticos que buscam escapar dos braços da Justiça tomam poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições”.

Essa foi uma das críticas feitas pela agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no primeiro pronunciamento após o impeachment decidido no Senado no início da tarde desta quarta-feira (31).

A petista se disse vítima do segundo golpe na sua vida, mas não usou tom derrotista e convocou movimentos sociais para “luta por pautas progressistas”.

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Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar”, afirmou Dilma. “É é uma inequívoca farsa jurídica. É uma fraude que ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis”, adiantou.

O advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, já havia dito que recorreria ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar do resultado do julgamento no Legislativo, ela defende que não cometeu os crimes de responsabilidade pelos quais foi acusada.

A petista foi condenada por abrir três decretos de créditos suplementares e pelas chamadas “pedaladas fiscais”.

Embora tenha sido afastada definitivamente do cargo, não perdeu os direitos políticos em votação separada. » Veja como votaram os senadores sobre o afastamento definitivo de Dilma » Telmário Mota promete em plenário voto a favor de Dilma, mas volta atrás Dilma acusou o governo Michel Temer (PMDB), que assume no lugar dela, de ser “conservador e reacionário”. “O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização progressista”, afirmou. “Eles pensam que nos venceram, mas estão enganados.

Sei que todos nós vamos lutar.

Haverá contra eles a mais determinada oposição que um governo golpista pode sofrer.” “Não voltaremos apenas para satisfazer nossos desejos ou nossa vaidade, nós voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil onde o povo é soberano”, disse.

Dilma ainda falou: “As futuras gerações de brasileiros saberão que na primeira vez que uma mulher assumiu a presidência a misoginia e o machismo mostraram suas faces.”