“Foi Deus que fez que, ao mesmo tempo, várias pessoas ‘percebessem’ o que estava acontecendo no País e se organizassem para iniciar o processo do impeachment”, disse a advogada de acusação, Janaína Paschoal.
Ela foi a primeira a falar na sessão de debate entre advogados e discursos de senadores, nesta terça-feira (30), quinto dia de sessão do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
A acusação ainda afirmou que é preciso dizer, no exterior, que o impeachment não se trata de um “probleminha contábil”, mas de uma fraude.
Já são 66 senadores inscritos para falar na sessão de hoje do impeachment.
Cada um terá 10 minutos para falar.
Sem citar, Dilma, Janaína Paschoal rebateu o discurso feito na segunda-feira, 29, pela presidente enquanto se defendia no processo de impeachment em julgamento no Senado. “Ontem eu fiquei surpresa com a acusação de que teria um complô.
Chegou-se ao absurdo de dizer que o presidente da Câmara teria redigido a denúncia”, disse antes de negar veementemente que o ex-presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria ajudado na elaboração do pedido de afastamento.
Como argumento, Janaína afirmou que a denúncia apresentada foi “desfigurada”, já que não consta nos autos as referências ao Petrolão, esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
Mulheres No início da sua fala, a primeira desta terça, a advogada de acusação rebateu ainda as falas da presidente afastada de que ela está sofrendo impeachment porque é mulher. “Muito refleti e conclui que ninguém pode ser perseguido por se mulher, mas ninguém pode ser protegido por ser mulher.
Fosse a presidente da República um homem, eu pediria o impedimento do mesmo jeito”, afirmou.