O senador pernambucano Armando Monteiro (PTB) usou seus cinco minutos de questionamentos à presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no Senado para elogiar a gestão dela e defender um novo regime fiscal no País.
O petebista perguntou como isso seria possível e a petista defendeu a adoção de reformas para modificar a estrutura de receitas e despesas.
Armando foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no segundo mandato e é contra o impeachment.
Para Dilma, as mudanças devem envolver a cobrança de impostos. “Este é um país que tem uma estrutura tributária altamente regressiva.
Ou seja, paga mais quem menos tem e paga menos quem mais tem”, afirmou.
A presidente afastada voltou a criticar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do governo interino Michel Temer (PMDB) que limita as despesas públicas à inflação do ano anterior, argumentando que irá reduzir drasticamente os gastos com saúde e educação.
Armando Monteiro defendeu que o cenário econômico no País é muito desafiador, independentemente do desfecho do processo de impeachment. “Estará o Congresso brasileiro disposto a assumir a corresponsabilidade junto com qualquer que seja o governo?”, questionou depois do pronunciamento.
Dilma é acusada por ter aberto três decretos de créditos suplementares sem autorização do Legislativo e pelas chamadas “pedaladas fiscais”. “Não há como configurar de forma inequívoca o crime de responsabilidade”, declarou Armando Monteiro. “Há um imenso descompasso entre a conduta que se deseja punir e a sanção que se deseja imputar à senhora”, afirmou ainda. “Eu diria que essa será uma cicatriz que vai macular o longo processo que construção das nossas instituições democráticas.”