Neste sábado (27), quando o julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff entra no seu terceiro dia no Senado Federal, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), esteve no Recife participando da inauguração do comitê do candidato a prefeito no município João Paulo (PT).
Mesmo em ato de campanha municipal, o senador reservou a maior parte de seu discurso para defender que o impeachment contra Dilma é um “golpe” e ressaltou que não é “impossível” reverter a situação em favor da presidente afastada. “As forças políticas que não aceitam a quarta derrota que sofreram nas eleições presidenciais, há mais de um ano, se mobilizam para tentar rasgar a constituição e aplicar um golpe parlamentar no Brasil.
Chegaram até agora com uma grande aliança envolvendo meios de comunicação e também uma parte do poder judiciário e do Ministério Público e nós chegamos às vésperas da decisão desse fato.
O momento não é fácil, mas tenho dito que não é impossível reverter a situação, mas é difícil”, disse Humberto Costa.
BARBOSA Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Sobre a fala da primeira testemunha do dia no julgamento de Dilma, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, Humberto, que esteve no Senado pela manhã, afirmou que está ainda mais convencido de que “Dilma não cometeu qualquer crime de responsabilidade” e de que o Tribunal de Contas da União (TCU) “agiu para prejudicar a presidente”, ao formular, no decorrer do mandato dela, um “entendimento inusitado, que jamais teve”. “O ministro Brabosa deixou claro: como o TCU passou a cobrar uma posição diferente do governo, se ele próprio nunca havia se debruçado sobre aquilo?
E outra: como reprovar as contas da presidenta se a meta fiscal foi cumprida ao final do ano e o governo respeitou todas as decisões daquela Corte de contas?
Não tem cabimento”, afirmou Humberto.
Segundo o parlamentar, a mudança de entendimento do TCU ao longo do ano passado não deveria, jamais, ter efeito retroativo, porque isso contraria a legislação brasileira. “É inadmissível que imponham uma nova regra e cobrem o seu cumprimento mesmo antes dela existir.
Por essa lógica, Fernando Henrique e Lula deveriam ter sido punidos também, já que praticaram os mesmos atos", declarou.