O advogado de defesa da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo afirmou há pouco que para a defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, nada muda se as testemunhas desta sexta-feira (26) depuserem como informantes, a exemplo do que ocorreu com o procurador junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira.
Pressionado por governistas, Cardozo decidiu retirar duas das seis testemunhas que iriam depor durante o julgamento final do impeachment. “Tomaram um golpe ontem, pois o eixo central da tese deles é o Marcelo.
Já nossas testemunhas são testemunhas que dizem o que todos já disseram e apenas esclarecem dúvida.
Por isso, não muda absolutamente nada se vão depor como testemunha ou não”, disse Cardozo.
Já o senador Alvaro Dias (PV-PR) minimizou a importância do debate sobre a eventual suspeição de testemunhas do processo de impeachment.
Para ele, os depoimentos são o cumprimento de uma mera formalidade, já que todos os argumentos contrários e favoráveis à preservação do mandato presidencial têm sido discutidos publicamente há vários meses e são amplamente conhecidos.
Em entrevista à TV Senado, ele acrescentou que não há fato novo capaz de alterar as convicções firmadas pelos senadores em um julgamento que é, sobretudo, político.
Cardozo aproveitou o início da sessão desta sexta para dizer que estava abrindo mão do depoimento da ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck e pediu para que o professor da Uerj Ricardo Lodi fosse ouvido apenas como informante.
Cardozo argumento que não queria expor Esther à “vingança” dos senadores da base aliada do presidente Michel Temer, que teriam ficado irritados com o fato de Lewandowski ter impugnado uma das testemunhas de acusação. “Estou fazendo isso para preservá-la de ataques”, afirmou.
Já havia um pedido de suspeição em relação a Esther.
A advogada de acusação, Janaína Paschoal, argumentou que era muito grave o fato de ela ter sido contratada para trabalhar no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é “uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma”.
No caso de Lodi, a acusação era porque ele tem procuração para representar a presidente afastada e não poderia testemunhar.
As outras quatro testemunhas de defesa são o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-secretário executivo do Ministério da Educação no governo de Dilma Rousseff, Luiz Cláudio Costa, e o consultor jurídico Luiz Mascarenhas Prado.