O senador Armando Monteiro (PTB) atribuiu, nesta sexta-feira (26), parte da desaceleração econômica iniciada em 2015 à “radicalização política”.

O petebista pernambucano foi o 12º parlamentar a inquirir no Senado o economista Luís Gonzaga Belluzzo, primeira testemunha de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment.

Para Armando Monteiro, a disputa partidária interrompeu no Congresso o processo de ajuste econômico iniciado pelo governo Dilma, que ajudaria a impulsionar a recuperação da economia. “É como se o impasse tivesse sido contratado.

Há momentos em que a luta política e os interesses partidários devem ter limites.

Não é justo que se possa debitar toda a conta da recessão ao último período do governo”, disse Armando Monteiro.

O senador pernambucano destacou que, no primeiro mandato, a presidente ousou na adoção de políticas para atenuar a crise econômica, as chamadas “políticas anticíclicas”, entre as quais se incluíam a isenção do IPI para automóveis e a desoneração da folha de pessoal das empresas.

Belluzzo, claro, concordou com a intervenção de Armando.

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no segundo mandato de Dilma disse que a presidente Dilma executou uma política anticíclica de “forma responsável” diante de fatores negativos na economia, como a valorização cambial. “O governo respondeu de forma muito eficiente à crise que se abateu sobre a economia brasileira.

A valorização cambial é um veneno para uma economia periférica como a brasileira”, afirmou o professor da Unicamp.

Armando Monteiro Neto irá fazer perguntas também à terceira testemunha de defesa do processo de impeachment, o ex-ministro do Planejamento e depois da Fazenda do segundo mandato de Dilma, Nelson Barbosa, escalado para falar após o professor de Direito da UFRJ, Geraldo Prado.

O senador pernambucano deverá solicitar a Barbosa que detalhe as principais medidas de Dilma na área fiscal para tentar superar a crise econômica, por considerar que o julgamento atribui à presidente Dilma, injustamente, na sua visão, descompromisso com o ajuste fiscal.