Estadão Conteúdo - Em ato na porta do estaleiro Eisa PetroUm, em Niterói (RJ), o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “hoje está começando a semana da vergonha nacional, com a tentativa de impeachment de Dilma (Rousseff, presidente afastada)”.

A uma plateia de trabalhadores do setor naval, Lula afirmou que o afastamento da presidente agride diretamente os seus eleitores e afeta o mercado de trabalho.

Segundo ele, “o único erro de Dilma foi ser honesta”, prevalece no País o “complexo de vira-lata”, referindo-se ao programa de privatização do governo Temer, que pretende repassar à iniciativa privada o controle de segmentos hoje operados pelo Estado. » Lula assume articulações contra o impeachment » Em Pernambuco, Lula diz que “para não ser candidato em 2018 é só “o País dar certo” “O que está em jogo, na verdade, é o direito desse País de ser grande. (Querem) desmontar a Petrobras, que fez a maior descoberta do mundo.

Caindo a Petrobras, quebram as siderúrgicas Tem que discutir isso a fundo.

Separar os problemas econômicos, o problema do desemprego”, discursou Lula por meia hora, com a voz ainda mais rouca do que de costume.

Antes de começar a falar, o ex-presidente pediu a ajuda da plateia, porque recebeu recomendação médica de manter-se mudo, por causa de uma irritação na garganta. “Se tivesse juízo, não estaria aqui.

Mas nesses tempos difíceis, a gente não pode deixar de falar.” Críticas Logo nos primeiros minutos, o ex-presidente criticou antigos aliados que se posicionaram a favor do impeachment de Dilma. “Um companheiro como o Crivella (Marcelo, PRB-RJ), que apoiei tanto, que fala tanto em Deus, não pode cometer essa deslealdade (com a presidente afastada) de quem foi ministro.

Como outros que foram ministros.

Fiquei muito triste com o comportamento do prefeito do Rio (Eduardo Paes, PMDB) e com o filho do Sérgio Cabral (Marco Antônio Cabral, PMDB-RJ)”, afirmou. » “Se mexerem nos direitos dos trabalhadores, eu volto”, diz Lula Segundo ele, políticos do PMDB estão descobrindo “um jeito de chegar ao poder sem disputar voto popular”.

Sobre o presidente em exercício, Michel Temer, Lula disse não ter “nada pessoal contra” e que “seria digno” ele dizer que vai disputar as eleições em 2018 para saber se vai ser eleito.

Volta Questionado após o comício se voltará em 2018, Lula respondeu: “Vamos ver.

Vamos ver”.

Mas, à plateia de trabalhadores, sinalizou que permanecerá no cenário político. “Se mexer (com o trabalhador), o Lulinha Paz e Amor desaparece e volta o Lula para brigar.” »Impeachment: aliados de Dilma têm questões de ordem rejeitadas Com a aparência abatida, durante um discurso curto comparado aos que costuma fazer, Lula disse que tem “consciência de que a vida e a natureza podem acabar com qualquer um”.

Em seguida, incitou os manifestantes à militância, completando que “com as ideias eles não acabarão”, referindo-se aos opositores políticos.

Veja o caminho percorrido pelo processo do impeachmenthttps://t.co/VlY53MRaDj — Senado Federal (@SenadoFederal) 25 de agosto de 2016